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Grécia: Parâmetros de mercado ditados pela UE devem manter crise política

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A decisão dos líderes da zona do euro em manter o apoio financeiro à Grécia, anunciada nesta segunda-feira (13/7), deve apenas postergar a dívida do país. A avaliação é do professor Plínio Soares de Arruda, do Departamento de Politica e Historia Econômica da Unicamp, que não consegue observar uma saída para o governo grego se livrar da dívida contraída no decorrer de oito anos, levando em conta os parâmetros de mercado rígidos estabelecidos pela União Europeia (UE).

O especialista destaca que os ajustes econômicos mais fortes do governo grego, de uma política deliberada, ainda não permite o país "sair da enrascada" de muitos anos de endividamento, que resultou em uma renda per capita reduzida em mais de um terço, assim como a taxa de desemprego elevada em 25%. Para Arruda, por mais "suave" que seja as negociações para salvar a Grécia, a sua dívida é "impagável" e o problema deve continuar se não houver uma consciência de que a questão deve ser solucionada. 

Arruda se refere aos padrões de mercado ditados pela UE, que para ele devem ser alterados como um caminho possível da Grécia sair do endividamento. Caso contrário - "o impasse deve continuar", analisa o professor, salientando que as divergências na Grécia são entre o povo e os banqueiros. "Se levar às últimas consequências a constitucionalidade da União Europeia, a crise política continuará", esclarece.