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NYT repercute acordo EUA-Brasil sobre combate à mudança climática

Obama e Dilma prometeram aumentar o uso de energia eólica e solar 

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O jornal americano The New York Times destacou nesta quarta-feira (01/07) o encontro entre os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff na terça-feira (30) durante o qual anunciaram uma série de acordos para enfrentar a mudança climática. Enquanto isso, Obama continua a pressionar outros países a colocar em prática políticas de cortes de emissões que causam aquecimento antes que as negociações em dezembro concluam um acordo sobre mudança climática, escreve a jornalista Coral Davenport.

Os dois líderes prometeram aumentar a utilização de fontes de energia eólica e solar para 20% da produção de eletricidade de cada país por volta de 2030, o que triplicaria a geração de energia de fontes renováveis nos Estados Unidos e dobrá-la no Brasil. O Brasil também prometeu   reflorestar 12 milhões de hectares — quase 30 milhões de acres — da floresta amazônica, uma área do tamanho mais ou menos equivalente ao do estado da Pensilvânia.

Os Estados Unidos e o Brasil também determinaram a formação de uma equipe de trabalho sobre mudança climática na qual autoridades de primeiro escalão irão buscar maneiras de alcançar novos acordos em emissões. A equipe é formada com base em uma parecida entre Estados Unidos e China, que levou ao anúncio em novembro que os dois países, maiores poluidores e emissores de gás de estufa, se comprometeriam com novas metas de redução. Os Estados Unidos também formaram um grupo de trabalho com a Índia, o terceiro maior emissor de gás de estufa.

“É um grande negócio,” disse David B. Sandalow, do Centro de Política Global de Energia na Universidade da Columbia e um antigo alto-executivo  do Departamento de Energia no governo Obama. “Esse é um grande passo adiante. Vai fazer uma diferença.”

O Brasil é um dos dez maiores emissores de gases estufa, apesar da maioria de suas emissões vir não da queima de combustíveis fósseis para eletricidade mas de desmatamento em massa da floresta amazônica. O desmatamento é uma grande fonte de poluições porque quando árvores são cortadas, elas liberam dióxido de carbono que estão estocando.

Historicamente, o governo brasileiro tem resistido à pressão de outros governos para reduzir suas emissões, alegando que grande parte de sua poluição ainda reside na pobreza e que o desmatamento da Amazônia para agricultura e outras atividades é necessária para o crescimento econômico.

O Brasil parece estar a meses de apresentar um plano formal para os Estados Unidos detalhando como irá cortar suas emissões. Em uma reunião de cúpula em dezembro, os países concordaram em apresentar esses planos aos Estados Unidos em junho deste ano, bem antes do encontro de dezembro em Paris.

Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Rússia e México estão entre os países que apresentaram planos, e autoridades chinesas anunciaram na terça-feira que vão apresentar os seus imediatamente.

Dilma Rousseff afirmou na terça-feira que o Brasil estava no caminho de apresentar um plano ambicioso. Tanto ela quanto Obama disseram que apoiariam esforços não apenas para alcançar um acordo global em Paris, mas também para fortalecer os termos desse acordo nos anos seguintes para requerer maiores cortes de emissões.