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Países da Europa e EUA elevam alerta de terrorismo após atentados

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Os governos da França, Espanha, Itália e Estados Unidos elevaram os níveis de alerta contra o terrorismo após os atentados ocorridos nesta sexta-feira em três continentes, e que deixaram mais de 60 mortos. Embora ainda não seja possível determinar uma ligação entre os ataques na França, Tunísia e Kuwait, a União Europeia (UE) disse que as ações demonstram a necessidade de o continente se manter unido. 

Na Espanha, após uma reunião de emergência, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, anunciou que o nível de alerta foi elevado para 4, considerado alto, devido à proximidade com a França. 

Na Itália, policiais prenderam na noite de quinta-feira um suposto membro da Al-Qaeda, acusado de participar de um ataque à bomba em 2009 no Paquistão, que matou mais de 100 pessoas. Ele foi preso no aeroporto Fiumicino, em Roma, depois de chegar de um voo procedente de Islamabad. Com isso, o governo elevou o nível de alerta sobre possíveis ataques e estendeu a vigilância sobre alvos potenciais.

A França, palco do ataque a uma usina de gás industrial em Isère, também elevou o alerta, e um forte policiamento podia ser observado em seus monumentos.

Já os EUA alertaram para o risco de novos ataques durante o 4 de julho, dia que marca a independência do país, e anunciaram que tomarão medidas para se proteger.

Após ataque com decapitação na França, quatro suspeitos são presos

Quatro pessoas foram detidas nesta sexta-feira (26), após o ataque que deixou uma pessoa morta e duas feridas em Lyon, na França. Um corpo foi encontrado decapitado em uma ação contra uma usina de gás industrial. Houve várias explosões na planta da Air Products, em Saint-Quentin-Fallavier. 

Os detidos são Yacinne Sali, o principal suspeito, sua mulher, a irmã e um segundo homem flagrado em atitudes suspeitas no local do atentado. Sali, um motorista ligado ao movimento salafista, teria decapitado o próprio chefe. As autoridades elevaram para máximo o nível de alerta no país.

A cabeça de decapitado foi deixada numa grade no local do ataque, coberta de inscrições em árabe e cercada por duas bandeiras islâmicas. 

Segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, o suspeito foi vigiado entre 2006 e 2008 por supostas atividades radicais, mas a partir desta data deixou de ser visto como uma ameaça. "Esta pessoa era tema de um arquivo "S" ("segurança") por radicalização em 2006, que não foi renovado em 2008. Ele não possui registros criminais", disse Cazeneuve. 

O presidente francês, François Hollande, reforçou a natureza terrorista do atentado: "Foi encontrado um cadáver decapitado. A intenção era, sem dúvida, causar uma explosão. Foi um ataque terrorista", declarou Hollande em Bruxelas, onde participava de cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).

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O presidente afirmou que a intenção era causar uma explosão, já que um veículo com duas pessoas, andando em alta velocidade, estava abastecido com cilindros de gás, e se lançou sobre o centro. "Não há dúvidas quanto à intenção, que é provocar uma explosão", acrescentou.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ordenou o reforço das medidas de segurança nas zonas sensíveis perto da usina.  A seção antiterrorista da Promotoria de Paris abriu uma investigação por "assassinato e tentativas de assassinato em grupo organizado e em relação a um ato terrorista".

Também investiga as acusações de "destruição e degradação através de uma substância explosiva em grupo organizado e em relação a um ato terrorista" e de "associação terrorista para cometer atentados contra as pessoas".