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Boff afirma que encíclica do Papa é 'maravilhosa'

Teólogo enviou materiais sobre ecologia para Francisco

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O teólogo brasileiro e colunista do Jornal do Brasil Leonardo Boff afirmou nesta quinta-feira (18) que a encíclica "Laudato si" ("Louvado Seja") é uma obra "estupenda" e que se viu em diversas partes do texto publicado pelo Pontífice.

    "Esta encíclica é única na história do papado, é maravilhosa. No verão de 2013, eu enviei ao papa Francisco, sob sua explícita e direta solicitação, alguns dos meus livros dedicados à ecologia.

    Me vi em tantas passagens da encíclica. Laudato Si é do papa Francisco e eu não sou ninguém, um simples servo inútil.

    Sinto-me totalmente representado neste texto de Francisco", declarou o brasileiro.

    Boff, um ex-frade franciscano, é um dos maiores expoentes da Teologia da Libertação, o movimento católico que nasceu na América Latina nos anos 1960 para colocar a mensagem cristã no centro da emancipação social e política. Porém, durante o pontificado de João Paulo II, ele teve problemas com a Igreja Católica. Por causa disso, em 1992, o teólogo decidiu abandonar a vida do sacerdócio e se especializou nos temas religiosos, agora como laico.

    O brasileiro é um dos convidados da Editora Missionária Italiana de Bolonha (EMI) para comentar o documento papal divulgado nesta quinta-feira, ao lado de Alex Zanotelli, Gaël Giraud, Chiara Giaccardi e Mauro Magatti. A própria EMI foi quem confirmou que, nas últimas semanas, Boff recebeu um telefonema de Giacomo Costa, que faz parte da entourage de Jorge Mario Bergoglio, para agradecer pelas contribuições oferecidas por ele na produção de "Laudato Si". A editora fala, sem restrições, que essa seria uma "reabilitação" de Boff com a Igreja.

    Em particular, a encíclica do Pontífice inclui no capítulo "Pobreza" também o planeta Terra, usando um conceito caro ao pensador latino-americano. No documento, são citadas as expressões de Boff "grito da Terra" e "grito dos pobres".

Com Ansa