O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, publicou um vídeo defendendo a reforma na educação e dizendo que está aberto a ouvir sugestões e críticas ao projeto - que será votado na próxima semana pelos parlamentares. Na primeira parte da publicação, Renzi destaca que o objetivo da reforma é reduzir a taxa de desemprego entre os jovens, que passa dos 40% em grande parte do país. Para ele, a medida prevê uma maior integração dos dois setores já que serão oferecidos cursos profissionalizantes para quem estiver próximo a deixar os bancos letivos.
Outro ponto abordado pelo premier foi a questão dos salários dos professores. "Daremos mais dinheiro para quem ensina e não menos. Não é só porque dali depende a autoridade social, mas porque é uma questão de justiça", destacou.
O líder do governo ainda rebateu as acusações de seus opositores e dos sindicatos ligados ao setor educacional de que ele não quer ouvir sugestões para a lei. "O presidente-Rambo só existe no cinema. Podemos discutir os poderes da liderança, existirá um núcleo de análise para decidir, mas o mérito é que não haja apenas conversas. O princípio é dar mais dinheiro a quem merece", ressaltou.
A reforma educacional, chamada de "Buona Scuola" (Boa Escola), está causando protestos da oposição na Câmara e no Senado, além de manifestações públicas de milhares de pessoas ligadas ao ensino. Entre os pontos principais do projeto apresentado em setembro de 2015, está a contratação de 150 mil professores através de concursos públicos e o fim dos "professores suplentes" no país.
Além disso, já neste ano, está previsto um concurso para a contratação de 40 mil mestres para o triênio 2016-2019. A ideia é que todo o projeto "Buona Scuola" comece a vigorar em setembro deste ano. Esse é mais uma reforma do pacote "Mil Dias" anunciado por Renzi no início de seu governo, em fevereiro de 2014.