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Após acordo histórico, Fidel diz que não confia nos EUA

Cuba e EUA anunciaram em dezembro a retomada das relações

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O ex-presidente cubano Fidel Castro, de 88 anos, disse que "não confia nos Estados Unidos", mas que seu irmão e atual mandatário, Raúl Castro, deu "passos pertinentes" na relação entre os dois países. "Não tenho confiança na política dos Estados Unidos e não troquei uma palavra com eles", contou Fidel, em uma carta publicada pela imprensa cubana quase um mês após Cuba e EUA anunciarem a retomada das relações bilaterais, rompidas há mais de 50 anos. Mas Fidel reconheceu que Raúl tomou decisões "pertinentes", baseadas nas "prerrogativas e faculdades" concedidas a ele pelo Parlamento e pelo Partido Comunista de Cuba. 

"Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo, entre eles os nossos adversários políticos", destacou Fidel no documento, que tinha como destinarária a Federação Estudantil Universitária de Cuba. "Qualquer solução pacífica e negociada entre os EUA e os povos da América Latina que não implica o uso da força deve ser tratada com os princípios e normativas internacionais", acrescentou Fidel, que renunciou ao cargo de presidente cubano em 2008. Este foi o primeiro comentário público de Fidel, histórico opositor à política norte-americana, desde o anúncio da retomada das relações entre os dois países. 

No último dia 17 de dezembro, Raúl Castro e o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciaram uma série de medidas para reaproximar os dois países, entre elas novas leis para viagens e remessas de dinheiro. O acordo foi mediado pelo papa Francisco. (ANSA)