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Inicia processo contra ex-ministro de Berlusconi

Claudio Scajola responderá ajudar fuga de empresário

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Começou nesta quarta-feira (22) o julgamento contra o ex-ministro do Interior do governo de Silvio Berlusconi, Claudio Scajola, por ter ajudado o empresário e ex-deputado Amedeo Matacena a fugir de Dubai para o Líbano.

Matacena havia sido condenado a três anos de prisão por associação mafiosa e chegou a ser detido em agosto do ano passado pela Interpol, no emirado árabe, mas o governo do país negou a extradição para Roma. Os dois são filiados ao partido de Berlusconi, o Forza Italia.

 Além de Scajola, o Tribunal de Reggio Calabria julgará também a secretária de Matacena, Maria Grazia Fiordalisi.Os magistrados não irão fazer o julgamento da esposa do empresário, Chiara Rizzo, e de outros dois funcionários do ex-deputado, Roberta Sacco e Marino Politi. Eles terão uma audiência em separado.

 Os advogados dos dois acusados de hoje começaram a audiência mostrando uma série de exceções sobre o processo apresentado. Eles ainda pediram a nulidade do decreto que obrigou que eles fossem julgados imediatamente, apresentando que houve falhas na condução do mesmo.

 Segundo Giorgio Perroni, Patrizia Morelli e Cristina Dello Siesto, não houve o depoimento de Scajola sobre o suposto favorecimento dele à máfia 'ndrangheta. Os advogados também lamentaram a falta de respeito ao período de 90 dias desde a data de emissão dos provimentos para o julgamento.

 Já o promotor Giuseppe Lombardo pediu a rejeição de todas as teses de defesas utilizadas pelos advogados. Ele ainda excluiu a possibilidade de que houve mudanças ou intervenções no processo, afirmando que "não houve nenhum lesão ao direito de defesa". "É a primeira vez na minha carreira que me acusam por ter sido rápido e ter economizado recursos públicos, mas em um sistema como o nosso, isso também pode acontecer", ironizou Lombardo.

 Porém, Scajola obteve uma vitória parcial sobre o agravante de apoio à 'ndrangheta, pois segundo a denúncia do Departamento Antimáfia, Matacena era o contato do ex-deputado dentro do grupo mafioso. Os juízes consideraram "inadmissível por falta de interesse" essa argumentação e excluíram esse agravante. De acordo com Perroni, "essa decisão é muito importante porque finaliza esse discurso".