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Isis teria pedido R$ 300 milhões para libertar jornalista

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Cem milhões de euros, ou R$ 300 milhões. Essa seria a quantia pedida pelo grupo jihadista Estado Islâmico (também conhecido como Isis) à família e aos editores de James Foley, jornalista norte-americano que foi sequestrado e decapitado pelos radicais, em troca de sua libertação.

A informação é do diário "The Wall Street Journal", que cita Philip Balboni, diretor do site "Global Post", veículo para o qual o repórter trabalhava como freelancer. Como o valor não foi pago, Foley acabou sendo morto por um militante do Isis. O vídeo da execução foi colocado na Internet, como uma espécie de aviso ao governo dos Estados Unidos, que tem realizado ataques aéreos no Iraque para conter o avanço do grupo.

Recentemente, os membros do Estado Islâmico sequestraram também outros quatro estrangeiros em Aleppo e Idlib, na Síria. Seriam duas italianas, um dinamarquês e um japonês, segundo a versão online do jornal "The Guardian". Com isso, os radicais podem ter elevado para 20 o seu número de reféns. Os raptados seriam jornalistas, fotógrafos ou pessoas que trabalham em ações humanitárias no país árabe.

O "Guardian" não cita fontes e não dá nome aos sequestrados, portanto não há como ter certeza se as duas italianas são as jovens Vanessa Marzullo e Greta Ramelli. Elas eram voluntárias e desapareceram no final de julho perto de Aleppo. O jornal ainda observa que os raptos se transformaram em "um bom negócio" para os militantes islâmicos. Nos últimos seis meses, um dinamarquês, três franceses e dois espanhóis foram libertados após longas negociações com o Isis.

Recentemente, os Estados Unidos "conduziram uma operação para libertar alguns reféns norte-americanos presos na Síria", revelou na última terça-feira (20) o porta-voz do Pentágono, contra-almirante John Kirby. Ele ressaltou que foi utilizado o "melhor das forças militares dos EUA" para levar os cidadãos para casa.

Na operação, segundo fontes ouvidas pelo jornal "Washington Post", participaram diversos níveis das forças especiais, e um dos militares foi ferido na missão. Ainda de acordo com as testemunhas, a ação "foi realizada" após seis reféns ocidentais terem sido libertados das mãos dos militantes islâmicos. Os militares tiveram que agir de "maneira muito agressiva e muito rápida, mas infelizmente as operações não tiveram sucesso porque os reféns não estavam detidos no local da operação", destacou uma das pessoas ouvidas pelo jornal.

Entre os que seriam libertados, estava o jornalista James Foley, decapitado em frente às câmeras por extremistas do grupo radical.

O Irã declarou nesta quinta-feira (21) que aceita "fazer qualquer coisa" para combater o grupo Estado Islâmico, mas, em troca, exigiu progressos nas negociações com as potências ocidentais sobre seu programa nuclear. "Estamos de acordo em fazer qualquer coisa, por outra parte, as negociações deveriam fazer algo em troca", declarou o chefe da diplomacia do Irã, Mohammad Javad Zarif, de acordo com a imprensa local.

"O que devemos fazer no Iraque não está claro ainda, porque aquilo que o grupo 5+1 deve dar em troca é a parte difícil", completou, referindo-se a EUA, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, que negociam o programa nuclear com o Irã. Entre as medidas exigidas por Teerã, está a retirada de todas as sanções econômicas impostas pelas Nações Unidas, EUA e União Europeia (UE). A nova reunião do grupo 5+1 com o Irã deve ocorrer em setembro.