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Matteo Renzi compara Iraque com Srebrenica

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Em visita ao Iraque, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, comparou nesta quarta-feira (20) a situação vivida pelo país com o massacre de Srebrenica, ocorrido na Bósnia-Herzegóvina em julho de 1995, quando mais de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram assassinados pelas forças sérvias, sob o olhar impotente da comunidade internacional.    

Esse episódio registrado durante os conflitos nos Bálcãs nos anos 1990 é considerado a pior atrocidade realizada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. "Eu tinha 20 anos e a comunidade internacional permaneceu em silêncio e paralisada perante o genocídio de Srebrenica. Muitos da minha geração disseram 'nunca mais'. Agora a situação é diferente, mas aquilo que acontece em algumas zonas do Iraque e da Síria é igual a um genocídio: mulheres separadas dos homens, crianças fuziladas, jornalistas decapitados", afirmou o premier.    

A declaração foi dada na cidade de Irbil, capital do Curdistão iraquiano, área no norte do país que virou alvo do grupo jihadista Estado Islâmico (também conhecido como Isis). A organização radical sunita já controla vastos territórios no Iraque e na Síria e impõe a lei islâmica (sharia) nas zonas sob seu domínio, perseguindo e matando todos os outros grupos religiosos.    

Antes de passar por Irbil, Renzi esteve em Bagdá, onde se reuniu com o presidente Fuad Masum, o atual primeiro-ministro Nuri al Maliki e seu sucessor no cargo, Haider al Abadi. O premier viajou à nação também representando a União Europeia, já que a Itália ocupa a presidência semestral do bloco.    

"Se alguém achava que a Europa viraria as costas para os massacres no Iraque, errou a previsão. Ou então errou de semestre", disse. Ele ainda acrescentou que a UE precisa chegar aos lugares onde a democracia está em perigo. Segundo fontes do governo italiano, também é necessário estabelecer uma estratégia clara para acabar com a violência, e a formação de um novo gabinete, chefiado por Abadi, representa uma oportunidade para isso.

Ajuda militar

A visita relâmpago de Renzi ocorreu no mesmo dia em que as comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara dos Deputados da Itália aprovaram uma resolução que autoriza o envio de ajuda militar para os curdos iraquianos combaterem o Isis.    

"A Itália está pronta para fornecer aos peshmerga [nome dos guerrilheiros curdos] armas automáticas leves e suas respectivas munições", explicou a ministra da Defesa Roberta Pinotti. O país também se dispôs a levar ao Iraque armamentos provenientes de outras nações.    

No entanto, a chanceler italiana, Federica Mogherini, ressaltou que tal medida é indispensável no momento, mas que não representa uma solução a longo prazo.