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UE analisará de perto aplicação de sanções à Rússia

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 A União Europeia terá sob constante monitoramento a aplicação do pacote de sanções aplicadas à Rússia, informaram fontes da Comissão Europeia. Essa não é a primeira vez que esse tipo de punição é aplicada, mas esse é "um novo território cheio de riscos".

    Por isso, um comitê especial foi criado para checar se os países-membros e a Comissão seguirão a risca as medidas. Ainda de acordo com fontes próximas às lideranças da UE, "as sanções serão revisadas a cada três meses".

    Por outro lado, o Banco Central russo anunciou que "fará todo o possível" para reduzir os efeitos negativos das punições econômicas. "Serão adotadas todas as medidas para sustentar, em caso de necessidade, os bancos, os seus clientes e os seus credores", informou em nota.

    Efeitos das sanções A parada na aquisição de ações emitidas por bancos russos, o embargo das armas, a pausa nas vendas de tecnologias para fins militares e petrolíferos. A Europa elevou o tom e aplicou medidas contra Moscou, introduzindo a temida "fase três": as sanções econômicas.

    Além disso, novas medidas contra os russos vieram do outro lado do oceano, com o presidente, Barack Obama, anunciando mais sanções em setores chaves como o financeiro, de energia e de armas. A advertência de Obama é de que essa "não é uma nova Guerra Fria", mas se a Rússia continuar com a guerra na Ucrânia, ela "pagará um preço alto". Ele ainda pediu para Putin fazer "a escolha certa, acalmando as tensões na Ucrânia e buscando uma solução diplomática" para o conflito.

    Essas medidas devem soar como uma "forte advertência" para a Rússia, escreveram os presidentes do Conselho e da Comissão da UE, Herman Von Rompuy e José Manuel Barroso, respectivamente.

    O acordo para aplicar as sanções estava ocorrendo há dias, mas teve uma aceleração após a queda do avião da Malaysia Airlines em Donetsk, que causou 298 mortes (sobretudo de europeus), e mostrou que a região enfrenta uma "espiral de violência sem controle". O conflito contrapõe os rebeldes pró-Rússia e as autoridades ucranianas e acusa Moscou de querer a contínua desestabilização da área.

    O consenso para a aplicação das medidas foi tanto que não foi necessário convocar uma reunião extraordinária dos líderes ou um conselho dos ministros das Relações Exteriores para novas discussões. O trabalho foi realizado contatando os presidentes nas capitais de cada país-membro e, em menos de 24 horas, todos aprovaram formalmente o acordo e decidiram que as punições entram em vigor a partir de sexta-feira (01).

    Segundo o Observatório da União Europeia, com dados não confirmados oficialmente, o impacto econômico das medidas contra a Rússia deve ser de 23 bilhões de euros (R$ 68,7 bi) em 2014 (1,5% do PIB) e 75 bilhões de euros (R$ 224,2 bi) em 2015 (4,8% do PIB). Já para o bloco econômico, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) será bem menor: 40 bilhões de euros (R$ 119,6 bi) em 2014 (0,3% do PIB) e 50 bilhões de euros (R$ 149,5 bi) no ano que vem (0,4% do PIB).

    As sanções não serão retroativas e valerão por um ano, sendo revisadas a cada três meses. Em particular, no que diz respeito aos mercados financeiros, as pessoas ou as empresas já não poderão comprar ou vender títulos ou novas ações de bancos russos controlados pelo Estado ou pelos credores tanto no mercado primário como no secundário. Será divulgada uma lista de instituições juntamente com a lista de sanções. Já o embargo a compra e venda de armas será válido para novos contratos, não atingindo os acordos já firmados entre os Estados-membros e os russos. Sobre as restrições de alta tecnologia, basicamente, elas se referem à exploração de petróleo em três categorias de projeto: perfuração em águas profundas, exploração de petróleo no Ártico e a produção do "óleo de xisto". Na área de tecnologia militar, o bloqueio se refere às armas de uso tanto individual quanto militar.

    Já os nomes da "lista negra" foi especificado que se referem à oito pessoas - quatro ligados diretamente à Putin terão restrições de entrada para a UE e o congelamento de bens - e quatro entidades do país.(ANSA)