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Solução para Gaza é o fim da militarização e um estado palestino, diz jornal

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O jornal Los Angeles Times publicou uma matéria na última quarta-feira (23), onde analisa as recentes investidas de Israel na Palestina. Eles afirmam que “a chave para acabar com a batalha atual entre o Hamas e Israel é a desmilitarização de Gaza, começando pelo Hamas”.

A desmilitarização tem precedentes, diz o jornal, começando em 1982, com a evacuação da Organização de Libertação pela Palestina de Beirute. Enquanto as tropas israelenses cercaram a cidade, resoluções do  Conselho de Segurança na ONU criaram uma força internacional para facilitar a saída da OLP da região. Da mesma forma, hoje, o Conselho de Segurança poderia autorizar ação internacional para supervisionar o desarmamento de Gaza. Armas pesadas poderiam ser transportadas e destruídas.

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Modelos mais específicos para a desmilitarização estão contidos nos relatórios apresentados pelo senador George Mitchell e pelo diretor da CIA, George Tenet, no auge dos conflitos de 2001. Ambos recomendaram a criação de um Estado palestino em etapas, começando com o desarmamento das facções palestinas. Esse processo seria realizado pela Autoridade Palestina - atualmente confinada à Cisjordânia - que reconhece Israel e parece comprometida com a paz. A proposta continua sendo a política estadunidense, e a administração Obama apoia a criação de um Estado palestino desmilitarizado.

 Obama também ajudou  no mais recente precedente para desmilitarização Gaza: a remoção de armas químicas da Síria. Ameaçando a usar a força militar contra Damasco, o ditador sírio Bashar Assad foi persuadido a entregar seu arsenal químico. Uma vez considerada a origem do problema de armas químicas, Assad  tornou-se um parceiro.

O Hamas poderia fazer o mesmo. Em grande parte sem amigos no mundo e enfrentando inúmeros adversários, o Hamas poderia negociar para o seu reconhecimento implícito de pelo menos seu status em Gaza. Poderia ser compensado ??com a ajuda internacional para os civis de Gaza, a reabertura das passagens fronteiriças e a flexibilização do bloqueio marítimo de Israel. Hamas poderia ser parte da solução.  Assim, também, deve ser a Autoridade Palestina.

O jornal defende ainda, a liderança americana nessa situação. “ Os Estados Unidos devem juntar-se com os governos regionais e internacionais para convencer o Hamas, que não tem escolha, para desmilitarizar. Outros estados - Qatar e Turquia - deveriam afirmar que a sua ajuda para Gaza será usado para construir hospitais e escolas, em vez de bunkers militares de ataque e túneis. Os israelenses devem ser tranquilizados que permanecerão como  inspetores para impedir o rearmamento do Hamas. E a Autoridade Palestina deve ser convencida e ter garantias de que a desmilitarização em Gaza é um passo na direção da independência e não um desvio”, completa a análise.