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The Telegraph: O que Vladimir Putin quer na Ucrânia?

Jornal inglês destaca uso de suposta técnica de subversão substituindo ataques militares.

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O jornal inglês The Telegraph lançou uma reportagem nesta terça-feira discutindo quais seriam as próximas ações da Rússia e o que o presidente Vladimir Putin realmente quer.

O autor chama atenção para uma suposta tática de Putin na questão da Crimeia, estimulando subversões internas em vez de realizar ataques militares. Segundo ele, uma invasão real pode acontecer, mas pelo menos não por agora.

O governo ucraniano teria ficado em um dilema. Caso use armamento para reocupar cidades e prédios governamentais, russos podem ser mortos, e caso isso aconteça, Putin teria um pretexto para uma invasão em massa. Ainda segundo a matéria, se o governo ignorasse a "provocação" e deixasse cidades como Slovyansk nas mãos dos "inimigos", perderia controle sobre o leste.

De acordo com o texto, Putin já teria exposto seus objetivos na Ucrânia: criação de uma nova constituição que daria total autonomia para as regiões do leste e que este novo acordo garanta o não-alinhamento da Ucrânia, o que em outras palavras significaria abandonar o Nato e a União Europeia para sempre. Isso garantiria que o país orbitasse em torno da Rússia.

No final da matéria é apontada uma questão: quais seriam os objetivos a longo prazo de Putin? O jornalista afirma que no discurso da retomada da Crimeia para a Rússia, no último mês, o presidente teria denunciado as iniquidades do acordo pós-Guerra Fria. Teria, ainda, prometido reverter as injustiças cometidas e recuperar a grandiosidade da Rússia. Segundo o artigo, essa ambição claramente incluiu a anexação da Crimeia, mas outras questões são levantadas. Isso significaria incorporar outras regiões da Ucrânia que falam russo? Significaria incorporar também estados bálticos, países de uma significante minoria russa?

Para o autor da reportagem, talvez Putin esteja somente interessado na Ucrânia e em Belarus, que faziam parte da União Soviética. Ou talvez nem mesmo Putin saiba responder estas perguntas.