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Boca de urna: 93% dos eleitores da Crimeia votam a favor de anexação

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Segundo pesquisas de boca de urna do Instituto de Pesquisa Política e Sociológica da República da Crimeia, 93% dos eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação à Rússia. 

O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksyonov, comemorou a decisão "histórica",  embora a comissão eleitoral tenha comunicado que o resultado definitivo será anunciado apenas durante a manhã desta segunda-feira, 17.

A Casa Branca fez um comunicado reafirmando que rejeita o resultado do referendo. "Este referendo é contrário à Constituição da Ucrânia, e a comunidade internacional não reconhecerá os resultados desta votação realizada sob ameaças de violência e intimidação por parte da intervenção militar russa", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. A mesmo posição foi adotada pela União Europeia. 

Um milhão e meio de eleitores da península ucraniana da Crimeia foram às urnas para decidir entre "a reunificação com a Rússia como membro da Federação Russa" ou o retorno do status de 1992, que nunca foi aplicado, que dá mais autonomia à região. Manter o status atual dentro da Ucrânia não era uma das opções.

A mídia ucraniana chegou a dizer que a votação na Crimeia teria sido manipulada pela Rússia. Muitos cidadãos russos, que não estariam inscritos nas listas eleitorais, teriam sido transportados de avião para votar no referendo.

A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a União Soviética cedeu o território à Ucrânia em 1954, por decisão de Nikita Krushceov, no entanto, manteve no porto de Sebastopol a base de sua frota no Mar Negro.

A maioria da população fala russo e era favorável à anexação. As minorias ucraniana e tártara, que representam 37% da população, por outro lado, tinham pedido o boicote do referendo.

O governo ucraniano considera o referendo "ilegal" e "inconstitucional", assim como os países ocidentais, que chamaram o referendo de "ilegítimo" por acontecer em um território ocupado por um exército estrangeiro. Eles também advertiram que o resultado não será reconhecido pela comunidade internacional.

Após a destituição do presidente Viktor Yanukovytch, em 22 de fevereiro, e a posse em Kiev de um novo governo pró-Ocidente, civis armados pró-Moscou, com o apoio de militares russos, tomaram o controle da Crimeia.

Os países União Europeia e Estados Unidos anunciaram que não reconhecerão o resultado do referendo e que aplicarão sanções contra a Rússia.

Rússia e Ucrânia acertaram um cessar-fogo que deverá valer ao menos até a próxima sexta-feira, declarou neste domingo em Kiev o ministro ucraniano da Defesa, Ihor Tenyukh.

De acordo com o ministro, até o próximo dia 21, os soldados russos estacionados na Crimeia não vão atacar bases militares ucranianas. A Rússia prometeu ainda suspender temporariamente o bloqueio a bases militares ucranianas na Crimeia.