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Governo ucraniano avalia usar Forças Armadas em Kiev

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O Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou que as Forças Armadas podem entrar em ação contra os manifestantes antigoverno, como parte de uma operação de combate ao "terrorismo". Desde ontem (18), a escalada da violência nos protestos no país já deixou pelo menos 25 mortos, entre policiais e civis.    

O conselheiro para segurança nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, afirmou que a dura repressão por parte do governo de Kiev é "totalmente escandalosa" e que ações desse tipo "não têm mais lugar no século 21". "Nós esclarecemos que consideramos adotar medidas contra aqueles que são responsáveis pelos atos de violência na Ucrânia, e temos os instrumentos para fazer isso, entre os quais estão as sanções", declarou.    Além disso, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, disse que o secretário John Kerry está preocupado com o desenrolar dos conflitos na capital ucraniana. "Pedimos ao presidente Viktor Yanukovich e ao governo que parem imediatamente a escalada em curso e retomem o diálogo com a oposição. A profunda divisão na Ucrânia não será curada com o derramamento de mais sangue inocente", acrescentou ela.    

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, telefonou para Yanukovich para comunicar o seu "choque" com os confrontos no país e também pediu o fim imediato do uso da violência pelas forças de segurança. Segundo a assessoria de imprensa do português, a União Europeia (UE) está pronta para "reagir firmemente a uma possível piora da situação".    

Os protestos na Ucrânia começaram em novembro do ano passado, após o presidente engavetar um acordo de associação e livre comércio com a UE para não afetar suas relações com a Rússia. No entanto, as primeiras mortes durante as manifestações aconteceram apenas em janeiro deste ano, depois de o Parlamento aprovar uma lei para coibir os atos.    

Duramente criticada pela oposição, a legislação acabou levando mais pessoas às ruas e logo depois foi revogada pelo governo. Em uma tentativa de acalmar a fúria da população, Yanukovich também sacrificou o premier Mikola Azarov, que deixou o cargo em meio às negociações com opositores.

Sóchi

Duas atletas ucranianas do esqui cross-country, Marina Lisogor e Katerina Serdyuk, não disputaram nesta quarta-feira (19) as semifinais em equipe da modalidade sprint nos Jogos de Inverno, após o Comitê Olímpico Internacional (COI) proibir os esportistas do país de usar um sinal de luto pelas vítimas dos conflitos em Kiev.    

Segundo o COI, isso iria contra a carta olímpica, que veta expressões políticas durante as competições. A delegação da Ucrânia explicou que Serdyuk sofreu uma pequena contusão nas costas e por isso não pode participar da prova. No entanto, algo semelhante aconteceu com um esquiador da Itália, que foi substituído por um reserva.