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Verificação da memória boliviana pode terminar em ação contra o Chile

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O Conselho de Bolívia Marine, em Madrid, está avaliando os detalhes do relatório que resgata um acordo antigo, que será apresentado em abril na Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia, em apoio ao processo contra o Chile e em busca de uma saída para o caso da Costa do Pacífico. A Bolívia solicitou ao CIJ uma decisão no sentido de exigir do Chile uma negociação de "boa fé" e de forma eficaz com o país. As informações estão no jornal espanhol El País, desta quinta-feira (16/1).

A Bolívia foi vetada entre a Cordilheira dos Andes e as planícies da Amazônia após a Guerra do Pacífico, em 1879, e o governo boliviano qualifica como uma invasão a ocupação militar de parte do Chile e sofreu mutilação de 120.000 quilômetros quadrados de território a 400 quilômetros na Costa do Pacífico, agora sob soberania chilena.

"O desenvolvimento econômico e social da Bolívia sofreu por mais de um século por causa do confinamento", destaca o conteúdo de um requerimento apresentado no ano passado pelo governo boliviano ao CIJ, que aceitou o pedido e ordenou que o país requerente apresente a memória controvérsia, até 17 de abril de 2014, dando o prazo até 18 de fevereiro de 2015 para o Chile apresentar a sua replica.

O presidente Evo Morales destacou a importância deste encontro na capital espanhola, em uma conferência de imprensa na terça-feira (14), em La Paz, revelando que o Conselho Marítimo é aconselhado por três equipes de especialistas para contribuir com seu conhecimento para o desenvolvimento da memória.

Agentes bolivianos para a CIJ, o presidente Eduardo Rodriguez Veltzé, junto com o chanceler David Choquehuanca, ministros da Defesa, Ruben Saavedra, do Interior, Carlos Romero, Anti Corrupção Nardy Suxo, Attorney General, Hugo Montero, e deputado Héctor Arce estão compondo parte da delegação oficial que discutiu em detalhes a alegação boliviana. O mar é uma questão de alta prioridade na agenda das relações externas do país. Isso foi observado na reunião de avaliação realizada há cinco dias em La Paz, com todos os embaixadores e cônsules com o chanceler boliviano Choquehuanca, além do presidente Morales.

As outras questões importantes da agenda diplomática boliviana são o G 77 + China, convocada para junho de 2014, em Santa Cruz, que vai discutir os planos contra o tráfico de drogas, a eleição geral e o voto no exterior, além da maior aproximação da Bolívia com os países que mantém relações diplomáticas ou comerciais de expansão dos serviços consulares para os bolivianos que vivem no exterior, segundo a imprensa local.

Já o Chile aguarda o dia 27 de janeiro para saber sobre a decisão da CIJ da ação movida pelo Peru e analisar o seu futuro. Morales lamentou que nem a presidente eleita, Michelle Bachelet, em seu primeiro mandato e do chefe de Estado, Sebastián Piñera, apresentaram propostas concretas para resolver a demanda boliviana. "Caímos em uma armadilha da política chilena", disse Morales admitindo que vai manter a sua decisão de prosseguir com a ação em Haia. Diplomatas e o governo chileno têm insistido num pedido boliviano, alegando que a justiça internacional dificulta e impede o diálogo bilateral. "O diálogo está sempre aberto, mas sem suspender a ação que está diante do tribunal em Haia", disse Morales.

A questão da agenda ter falhado em treze pontos faz parte de uma longa história de 1895. Há esperança da Bolívia de reaver o direito inalienável para retornar à Costa do Pacífico.