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El País: falência do Grupo OGX lança sombra na economia do Brasil

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A ascensão e queda do Império X, do ex-bilionário Eike Batista, é destaque do jornal espanhol El País, nesta segunda-feira (4/11). A reportagem intitulada "Falência do milionário da OGX lança sombras na economia brasileira", coloca Eike no ranking dos homens mais ricos do mundo e afirma que o seu sonho era chegar ao topo da lista. O El País destaca que o empresário brasileiro estava presente em diversos setores sociais, como petróleo, construção naval, minerais, incluindo ouro e diamantes, mas "seu castelo desmoronou. 

A falência do grupo OGX, a maior empresa da América Latina, chegou "cruelmente" neste fim de semana, informa o jornal espanhol. A despedida de Eike teve início há alguns meses, quando ele deu sinais da sua "despedida" das redes sociais, assim como a sua saída da Bolsa de Valores de São Paulo, onde as ações de seus negócios despencou.

O El País classifica a trajetória de Eike como "a maior catástrofe financeira do Brasil e sua derrota pegou a todos os cidadãos de surpresa. O presidente mais popular do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, lamentou o declínio do empresário que era o cartão postal do país, que queria conquistar o mundo com a sua criatividade empreendedora e otimismo quanto a nação. "Ninguém queria ficar de fora. A seus pés caiu a Petrobras", cita o El Paìs. Após o episódio do campo de petróleo de Tubarão Azul, que não tinha um terço do petróleo anunciado por Eike, o jornal espanhol lança um questionamento quanto o pré-sal brasileiro, que pode levar o Brasil à colocação de um dos países mais ricos do mundo. 

"E para ficar claro que os grandes bancos eram públicos, apoiados por políticos de peso, que abriram as portas para o milionário brasileiro e dando o dinheiro que era dos cidadãos. Isso pode criar um problema agora quando se trata de financiar outras empresas", destaca o El Pais. O veículo cita que, no Rio de Janeiro, ficaram órfãos uma série de projetos em andamento que deveriam ser financiados pelo magnata Batista, a partir da reestruturação de áreas inteiras da cidade, tendo em vista os Jogos Olímpicos 2016, projetos sociais de grande escala nas favelas 'pacificadas'", diz o texto. Segundo o jornal, tudo foi desfeito como uma "bolha de sabão", inclusive o monumental estaleiro situado em São João da Barra, no Norte Fluminense. 

"Hoje, os brasileiros se perguntam se Batista deve ser o modelo para esta galáxia de jovens empreendedores, que se tornam mais numerosos e ansiosos para ter sucesso.(...) O Brasil deve agora olhar para o outro lado, para outros modelos de negócios, talvez mais longe dos rankings planetários e revistas de fofocas, mas com menos risco de falhas desanimadoras", diz o texto do El País.