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Brasil poderá ter no Conclave um sexto cardeal: dom Orani Tempesta 

Promoção do arcebispo do Rio é esperada para o Consistório de 22 de fevereiro 

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Se o conclave para eleger o novo papa se realizasse hoje, dia 11, o Brasil compareceria com cinco cardeais para escolher o sucessor de Bento XVI. Mas, como a reunião na Capela Sistina está prevista para o mês de março, há fortes chances de o Brasil levar na sua representação um novo cardeal - o sexto -, o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta. 

Hoje, a representação brasileira é de apenas cinco eleitores,  apesar de existirem no país nove cardeias. Mas, apenas cinco estão com menos de 80 anos, condição necessária para ter direito a voto no Conclave.

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O próprio Bento XVI, porém, convocou para o próximo dia 22 - na próxima semana - um Consistório, quando ele anuncia novos cardeais no mundo inteiro. Hoje há, os cardeais com direito a voto somariam 115. Há, pelo menos, cinco vagas, pois devem ser 120, podendo superar este teto, como admitiu do próprio Dom Orani Tempesta. 

Uma das grandes expectativas é da nomeação dele na vaga aberta com o afastamento do ex-arcebispo fluminense, Dom Eusébio Oscar Scheid, em dezembro passado. Como não é possível dois cardeais representando a mesma diocese no Conclave, Dom Orani não podia ser sagrado cardeal, o que agora pode acontecer. 

Ao ser confrontado na manhã desta segunda-feira com esta possibilidade, o arcebispo do Rio desconversou, rindo, que não sabe o que pode acontecer.

Atualmente, os cinco representantes brasileiros são os cardeais Dom Geraldo Majella Agnelo (79 anos), arcebispo emérito de Salvador; Dom Cláudio Hummes (78 anos), prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano, até 2010; Dom Raymundo Damasceno Assis (que completa 76 anos na sexta-feira, 15/02), cardeal arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB;  Dom João Braz de Aviz (66 anos), atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e Arcebispo-emérito de Brasília; e Dom Odilo Pedro Scherer (64 anos), cardeal arcebispo de São Paulo.

A participação de Dom Geraldo Majjella no Conclave só se dá por ele completar os 80 anos apenas em 19 de outubro, o que garante sua participação no encontro de março.

Os outros quatro cardeais vivos, que não poderão participar por terem mais de 80 anos. São eles: Dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo-emérito do Rio de Janeiro, hoje com 81 anos, Dom José Freire Falcão, arcebispo-emérito de Brasilia, hoje com 88 anos, Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal emérito de São Paulo, com 91 anos; e Dom Serafim Fernandes de Araújo, cardeal-emérito de Belo Horizonte, com 88 anos.

Com cinco representantes, a  representação brasileira terá um voto a mais do que no Conclave de 2005 quando foi eleito o Papa Bento XVI que agora renuncia. Daquele encontro participaram Dom Geraldo Majella e Dom Claudio Hummes. Os outros dois votos brasileiros foram de Dom Eusébio Oscar Scheid e Dom José Freire Falcão. Também esteve na Capela Sistina o já cardeal–emérito de São Paulo, Paulo Evaristo Arns, mas sem direito a voto.

Maiores participações 

Mas, se Dom Orani Tempesta fora ao Vaticano participar do Conclave, o numero de cardeais brasileiros se igualará à participação dos Conclaves no ano de 1978 quando ocorreram duas destas reuniões. Na primeira, entre 25 e 28 de agosto, foi eleito o cardeal Albino Luciani, como o papa João Paulo I que acabou morrendo misteriosamente no mês de setembro daquele mesmo ano.

Ocorreu então o segundo Conclave, entre os dias 14 e 16 de outubro, no qual foi eleito o cardeal polonês Karol Józef Wojtya, que adotou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor.

Nestes dois conclaves participaram os cardeais brasileiros Agnelo Rossi (de São Paulo); Aloísio Lorscheider (de Fortaleza e Aparecida); Avelar Brandão Vilela (de Salvador); Eugênio Sales (do Rio de Janeiro); Paulo Evaristo Arns (de São Paulo); e Vicente Scherer (de Porto Alegre).

Dom Aloísio Lorscheider foi o único cardeal brasileiro a receber votos em um Conclave. Isto ocorreu na primeira reunião de 1978, tendo entre seus eleitores, inclusive, o então cardeal Albino Luciani, que depois de três votações acabou sendo eleito o Papa João Paulo I