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Milhares protestam em Buenos Aires contra impostos

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Milhares de trabalhadores e ativistas de esquerda protestaram nesta quarta-feira, no centro de Buenos Aires, para exigir a redução de impostos e criticar o governo da presidente Cristina Kirchner. Em várias colunas, eles marcharam de diferentes pontos da cidade até a praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo federal. "Não ao imposto de renda, sim ao auxílio família para todos", resumia um grande cartaz em meio à multidão.

Convocada pelo líder dos caminhoneiros, Hugo Moyano (ex-aliado de Kirchner e agora na oposição na dividida Confederação Geral do Trabalho - CGT), a manifestação não atraiu os setores da classe média descontentes, que no mês passado realizaram um grande "panelaço". “Senhora presidenta, ocupe-se da inflação e da segurança que preocupam todos os argentinos”, disse. Moyano também respondeu as críticas de setores governistas de que a manifestação tinha motivações políticas. “Por que não pode ser um assunto político? Se não conquistamos pela luta sindical, em 2013 temos a oportunidade de utilizar o voto. Não podemos errar mais”, disse.

"Queremos uma mudança na forma de conduzir nosso país", disse Juan Conde, do Sindicato dos Caminhoneiros de Entre Rios. "Há coisas que fizeram bem e que reconhecemos, mas chegou o momento de trilhar o caminho de confrontar o governo, não por capricho, mas pelo fato de que não atendem às nossas exigências", completou.

O presidente da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), Pablo Micheli, no entanto, garantiu que o protesto “não era contra nenhum governo”. “Isso é em defesa própria e não nos vão tirar da rua até que haja diálogo sério”, afirmou o líder sindical, ao reivindicar melhores salários.

O protesto desta quarta-feira registrou a incomum aliança entre sindicalistas peronistas e partidos da esquerda, adversários históricos na Argentina. "Apesar das diferenças que temos com a CGT e a CTA, acreditamos que nossas exigências são justas. A mobilização e a greve sempre servem", disse Florencia Piris, militante da Frente de Esquerda, professora de história e funcionária do instituto de estatísticas Indec.

Com informações da AFP.