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Assange desqualifica acusações e acusa governos de controle de informação 

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Em entrevista concedida ao canal Telesur, exibida na noite desta quinta-feira, o ativista e fundador do WikiLeaks Julian Assange falou sobre a Suécia, sua vida na embaixada equatoriana, o controle de informações e a perseguição que acredita sofrer dos Estados Unidos.

Falando da embaixada do Equador em Londres, onde se refugia desde 19 de junho por acusações de crime sexual na Suécia, Assange afirmou que tenta seguir os métodos formais dos tribunais suecos, mas que o país deixou de ser neutro. "Existem muitas coisas boas a respeito da Suécia, mas as coisas mudaram de maneira muito triste."

Para ele, a Suécia era um país que antes se orgulhava de sua neutralidade, mas agora se posiciona em mais de 100 comitês da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), com suas forças armadas sob o comando dos EUA no Afeganistão e sendo o provedor número 1 de armas para os Estados Unidos durante a guerra do Iraque. Ela reafirmou, porém, que, se o "terreno for correto", está disposto a ir à Suécia responder às acusações.

Assange teceu novas críticas contra o controle de informações por parte dos governos e alertou para a vigilância de informações. "Até mesmo os telefones celulares são monitorados para identificar dados e localização geográfica das pessoas. Vamos chegar a um Estado centralizado transnacional, que envolve não só os EUA."

Perguntado sobre o que pensa das críticas que sofre por parte da imprensa - segundo as quais estaria utilizando o Equador por motivos pessoais, ao passo que Quito estaria explorando-o politicamente -, o ativista garantiu não se sentir usado. "Existe uma mutualidade de valores. Sou qualificado como um perseguido político do governo dos Estados Unidos e seus aliados, e fizemos esforços para apresentar ao Equador provas de que essa perseguição à minha pessoa e ao WikiLeaks existe."

Julian Assange disse que o impacto do trabalho do WikiLeaks é sensivelmente maior do que sua situação pessoal e que, por isso, não se sente derrotado. Ele espera conseguir deixar a Embaixada do Equador dentro de seis ou 12 meses, e acredita que a resolução será fruto da diplomacia.