O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, definiu como "uma vitória significativa" a decisão do Equador de lhe conceder asilo político. O australiano, de 42 anos, acompanhou o anúncio da concessão de asilo pela televisão da embaixada equatoriana em Londres, onde está refugiado desde junho para evitar uma extradição à Suécia para responder por crimes sexuais.
"É uma vitória significativa para mim. Mas agora as coisas vão se tornar mais difíceis", comentou Assange, referindo-se ao fato do Reino Unido assegurar que irá cumprir a extradição do australiano caso ele deixe a sede diplomática para viajar ao Equador.
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"Agradeço ao povo equatoriano, ao presidente Rafael Correa e ao seu governo. Não foi a Grã-Bretanha e nem o meu país de origem, a Austrália, que se ergueu para me proteger das perseguições. Mas sim, uma nação latino-americana valente e independente", exaltou o fundador do WikiLeaks.
A decisão do governo do Equador foi anunciada na manhã desta quinta-feira, em uma coletiva de imprensa, pelo ministro das Relações Exteriores do país, Ricardo Patiño. O país também resolveu convocar uma reunião de chanceles da União das Nações Sul-americanas (Unasul), da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir o tema.
Patiño disse esperar que as reuniões com seus homólogos da Unasul e da Alba "possam ser realizadas no sábado e no domingo" em Quito, enquanto uma assembleia entre os chanceleres da OEA deve ser realizada "o mais rápido possível", como lhe disse o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza. O
O Ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha informou que irá cumprir com sua obrigação de extraditar Assange à Suécia. Por meio de um porta-voz, o governo britânico ainda disse estar "decepcionado" com a decisão tomada pelo Equador.