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China critica diplomacia dos EUA e reafirma soberania de área marítima 

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A disputa comercial e militar entre americanos e chineses pelo Mar da China Meridional ganhou novos capítulos neste sábado. Zhang Kunsheng, ministro chinês das Relação Exteriores, convocou Robert Wang, chefe adjunto da Embaixada dos Estados Unidos no país, para fazer uma representação "séria" sobre a questão. As informações são da Agência Reuters.

Os chineses demonstram descontentamento com um comunicado emitido pelo Departamento de Estado americano na última sexta-feira, que considerou a iniciativa chinesa de criar guarnições militares na região uma "forma de correr contra a colaboração de esforços diplomáticos para resolver diferenças crescentes na região".

Os Estados Unidos afirmaram que iriam monitorar a área para evitar uma imposição abusiva do poderio chinês aos outros países. Além da própria China, o Mar banha a maior parte do Sudeste Asiático.

Parte da região, Filipinas e Vietnã contam com o apoio americano para competir com a China na exploração de reservas de petróleo em áreas de litígio. A questão é uma das principais tensões diplomáticas entre Beijing e Washington, ao lado da cotação da moeda chinesa e as relações com Tibete e Taiwan.

Neste sábado, Zhang declarou considerar o comunicado americano uma "distorção dos fatos, que confunde os direitos de soberania e envia uma mensagem errada para a luta pela paz e a prosperidade na região".

"A China expressa forte insatisfação e oposição à postura americana e solicita que o país repare imediatamente seus erros. Os Estados Unidos devem respeitar a soberania e a integridade territorial chinesa", acrescentou o ministro.

Em outra declaração, Qin Gang, prota-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, afirmou que o Beijing tem soberania absoluta sobre o mar e suas ilhas, tendo assim o direito formalmente constituído de explorar e administrar os recursos da região.

"Por que os Estados Unidos fazem vista grossa quando certos países do Sudeste Asiático ferem leis chinesas para apropriar ilhas e territórios marítimos de forma ilegal? Por que o Estados Unidos evitam falar sobre ameaças que chineses enfrentam em suas próprias águas por invasores estrangeiros?", questionou Gang.

Em cúpula no último mês, a Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático) debateu a questão e não houve consenso para resolver as questões de soberania em ao menos seis pontos do Mar da China Meridional.

Segundo os chineses, as disputas, que já duram pelo menos 45 anos, foram agravadas após a instalação de bases militares americanas e o apoio declarado aos governos das Filipinas e do Vietnã, encorajados a tomar uma postura mais agressiva contra Beijing.

Os Estados Unidos se defendem ao afirmarem que são "neutros" na questão e apenas defendem filipinos e vietnamitas por conta da "intimidação e do abismo entre as forças armadas dos países em relação à China". Segundo o governo americano, a maior preocupação é a livre navegação na região, que não poderia ser monopolizada pelos chineses.

O Mar da China Meridional possui um volume anual de comércio de aproximadamente US$ 5 trilhões e representa uma das áreas de mais intenso transporte marítimo no mundo.