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Franco diz que que suspender Paraguai do Mercosul é ilegal 

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O presidente do Paraguai, Federico Franco, fez um pronunciamento ao Congresso Nacional, na manhã deste domingo (1), no qual afirmou que seu governo é "legítimo" e classificou de "ilegais" as sanções aplicadas pelo Mercosul e Unasul ao seu país no último fim de semana. "A reação dos vizinhos foi injusta e desproporcional. Eles desrespeitaram nossas decisões soberanas. Foi uma medida de total violação aos tratados vigentes, porque não nos deram oportunidade de defesa", disse o presidente. 

As cúpulas do Mercosul e da Unasul suspenderam a participação do Paraguai nas reuniões dos blocos por tempo indeterminado após a destituição do ex-presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira, 22. No entanto, o atual presidente diz que a decisão foi "ilégitima" e que "nenhuma força estrangeira desviará os rumos do Paraguai". 

"Todos os organismos internacionais dos quais fazemos parte podem enviar seus representantes. Eles perceberão que vivemos na mais completa paz e que nosso país não violará os direitos humanos", afirmou em referência à missão da OEA (Organização dos Estados Americanos), que chega na noite deste domingo (1) a Assunção para analisar a situação política do país.  

Franco criticou qualquer argumentação de que seu país tenha rompido com a ordem democrática. "O governo rejeita a argumentação de ruptura da ordem democrática e garante que os direitos humanos são e continuarão sendo respeitados no Paraguai". O presidente fez questão de dizer que seu governo é "legítimo" e que representa a maioria da população paraguaia. "Sou o legítimo representante da maioria no Paraguai. A força pública paraguaia é leal à Constituição e não a uma única pessoa ou ideologia", declarou o presidente, muito aplaudido pelos senadores e deputados no plenário do Congresso.

Sob críticas da esquerda e dos movimentos campesinos, que não acreditam que Franco olhará para os mais pobres do país, o presidente se comprometeu a manter – e a ampliar – os programas sociais do governo de Fernando Lugo. O objetivo da solenidade, inicialmente, era fazer o balanço das realizações do governo entre 2011 e 2012, mas Franco usou o tempo de seu discurso para dar o recado às nações estrangeiras e a exaltar o nacionalismo em seu país.