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Federico Lombardi esclarece suposto atentado contra Bento XVI 

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Desde o mês de janeiro deste ano, o Vaticano e prelados da Cúria Romana têm sido vítimas de ataques por parte da imprensa, após o vazamento de mensagens e cartas que teriam sido endereçadas ao Papa Bento XVI por parte de bispos e cardeais. Além disso, surgiram boatos que apontaram, inclusive, para um suposto atentado a Bento XVI. Outro assunto em questão envolve o IOR (Instituto para as Obras Religiosas), que fiscaliza e administra patrimônios doados à Santa Sé. E por último, uma indicação sobre o próximo conclave.

Esses e outros assuntos foram esclarecidos pelo Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa vaticana, que em nota publicada pela Rádio Vaticana em italiano, na noite de segunda-feira, dia 13, aborda cada assunto, parte por parte. Lombardi, que citou, já no início, o possível ataque a Bento XVI, foi firme nas palavras.

"É evidente que a história do complô contra o Papa, como eu disse, é um boato e não merece ser levada a sério", enfatizou.

Em relação ao Conclave, o diretor da Sala de Imprensa Vaticana também combateu a mentalidade errônea que interpreta a eleição de um novo papa como um jogo de interesses e de poder.

"A leitura de luta interna de poder depende em grande parte da ignorância moral de quem prova e de quem a faz, que geralmente não é capaz de ver outra coisa. (...) as verdadeiras preocupações de quem traz responsabilidades na Igreja estão voltadas para os problemas graves da humanidade de hoje e de amanhã. Não por nada cremos e falamos também de assistência do Espírito Santo", afirmou.

Veja a íntegra na nota de esclarecimento:

"Hoje devemos estar calmos porque ninguém pode se surpreender mais com nada. A administração americana teve o wikileaks, o Vaticano tem agora o seus ''leaks'', as fugas de documentos que visa criar confusão e desconcertos, além de facilitar uma imagem ruim do Vaticano, do governo da Igreja e mais amplamente da própria Igreja. Portanto, diante disso, calma e sangue frio e muito uso da razão, algo que todos os meios de comunicação fazem. 

"Se trata de documentos de natureza e peso diversos, nascidos em tempos e situações diversas: uns são as discussões sobre a melhor gestão econômica de uma instituição com muitas atividades como o Governo; outros são colocações sobre questões jurídicas e normativas em curso de discussão e sobre as quais é normal que existam opiniões diversas; outros são memoriais sem fundamentos que nenhuma pessoa com a cabeça justa considerou sérias, como foi o caso do recente complô contra a vida do Papa. Mas, tudo isso colocado junto cria muita confusão. Uma informação séria deveria saber distinguir as questões e entender o significado de forma diferente. É obvio que as atividades econômicas do governo devem ser geridas sabiamente e com rigor; é claro que o IOR e as atividades financeiras devem inserir-se corretamente nas normais internacionais. Estas são evidentemente as indicações do Papa. Enquanto é evidente que a história do complô contra o Papa, como eu disse, é um boato e não merece ser levada a sério.

"Certo, existe uma coisa triste no fato que foram passados deslealmente documentos do interno para o externo de modo a criar confusão. A responsabilidade cai sobre ambas as partes. Antes de mais nada, da parte de quem fornece este tipo de documento, mas também de quem usa-os para objetivos que não são voltados para o amor puro da verdade. Por isso, devemos resistir e não deixar-nos engolir pela onda da confusão, que é aquilo que os mal intencionados  desejam, e permanecermos capazes de raciocinar.Em certo sentido - é uma antiga observação da sabedoria humana e espiritual - o verificar-se em ataques mais fortes é sinal que está em jogo algo muito importante.

"A grande série de ataques à Igreja sobre o tema dos abusos sexuais foi justamente correspondida com um empenho sério e profundo de renovação. Não uma resposta simplória, mas de purificação e renovação. Agora tomamos na mão a situação e desenvolvemos uma forte estratégia de cura, renovação e prevenção para o bem de toda a sociedade. Ao mesmo tempo se sabe que está em andamento um empenho sério para garantir uma verdadeira transparência do funcionamento das instituições vaticanas também do ponto de vista econômico. Foram publicadas novas normas. Foram abertos canais de relacionamentos internacionais para o controle. Agora, diversos dos documentos recentemente difundidos querem exatamente desacreditar esse empenho. Paradoxalmente isto constitui uma razão a mais para perseguir o empenho com decisão, sem deixar-se impressionar. Se tantos se enraivam, se vê que é importante. Quem pensa de desencorajar o Papa e os seus colaboradores neste empenho comete um erro e se ilude.

"Quanto à questão das pretensões de luta de poder em vista do próximo conclave, convido a observar que os Pontífices eleitos neste século foram todos dotados de personalidade de altíssimo e indiscutível valor espiritual.

"É claro que os cardeais procuraram e procuram eleger aquele que merece o respeito do povo de Deus e possa servir a humanidade do nosso tempo com grande autoridade moral e espiritual. A leitura de luta interna de poder depende em grande parte da ignorância moral de quem a provoca e de quem a faz, que geralmente não é capaz de ver outra coisa. Quem crê em Jesus Cristo, por sorte, sabe que, diante daquilo que se escreve hoje nos jornais, as verdadeiras preocupações de quem traz responsabilidades na Igreja estão voltadas para os problemas graves da humanidade de hoje e de amanhã. Não por nada cremos e falamos também de assistência do Espírito Santo."

Fonte: Canção Nova Notícias