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Polícia panamenha reprime protesto de prefeitos opositores 

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PANAMÁ - A polícia panamenha reprimiu nesta quarta-feira com bombas de gás os protestos convocados por prefeitos da oposição, que exigem do governo de Ricardo Martinelli mais recursos para atender suas comunidades e denunciam tratamento privilegiado a seus colegas governistas.

Centenas de pessoas convocadas pelas autoridades locais entraram em confronto com a polícia depois de interromper o tráfego da rodovia Interamericana na altura de Divisa (200 km a sudoeste da capital panamenha).

Os oficiais utilizaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. "Autoridades eleitas estão sofrendo repressão", lamentou o prefeito da capital, Bosco Vallarino, presente no protesto.

"Esta é a democracia que estamos vivendo em nosso país: ataques às autoridades locais", disse à AFP Jorge Herrera, presidente da Associação de Municípios do Panamá.

Quatro pessoas foram detidas no protesto, mas já foram libertadas, segundo um comunicado da Polícia Nacional, apesar de Herrera ter informado que houve 22 prisões e dois feridos.

O Panamá é um país presidencialista e centralista, onde as diferentes autoridades locais dispõem de poucas funções, principalmente execução de algumas obras e divisão de todo tipo de recursos, em um país onde o clientelismo é a nota predominante.

A cada ano, o governo central deve destinar 200.000 dólares a cada uma das 75 prefeituras e 205.000 dólares a cada uma de 623 juntas comunais, uma espécie de órgão executivo de cada bairro.

Os opositores afirmam que o governo panamenho só está entregando essas parcelas aos municípios de prefeitos governistas com a intenção de asfixiar economicamente os prefeitos de oposição e forçá-los a passar ao governismo.