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Concluído primeiro dia de julgamento na França de 'Carlos, o Chacal'?

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A primeira audiência do julgamento aberto contra o venezuelano, Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal" e outros três acusados - ausentes no julgamento - por quatro "atos de terrorismo" na França nos anos 80 (11 mortos) foi concluída nesta segunda-feira às 18H00 GMT (16H00 de Brasília).

Na terça e quarta-feira, o tribunal examinará a personalidade dos acusados.

Com mais de 70 testemunhas chamadas a comparecer, o processo deve ser prolongado até 16 de dezembro.

Desde o primeiro minuto, os dois advogados de Chacal - sua esposa Isabelle Coutant Peyre e Francis Vuillemin - denunciaram "o julgamento injusto" e ameaçaram abandonar o local.

Decidido a levar a audiência até o fim, o juiz Olivier Leurent imediatamente forçou os dois a ficarem.

Coutant Peyre questionou o julgamento de seu cliente por um tribunal penal composto apenas por juízes e sem jurados. Em sua opinião, esse tratamento é "discriminatório".

Ilich Ramirez Sanchez reivindicou, em uma entrevista publicada domingo por um jornal venezuelano, a autoria de mais de 100 ataques que mataram entre "1.500 e 2.000 pessoas".

Segundo seu biógrafo francês, Bernard Violet, Carlos "exagera nas cifras das vítimas que seus atos deixaram".

"É surrealista. Ele exagera as cifras e não dá provas", afirmou o autor de "Carlos", publicada em 1996.

"Trata-se de uma provocação para chamar a atenção dos meios de comunicação", enfatizou.

Preso no Sudão em agosto de 1994, o Chacal não saiu mais das prisões francesas. Carlos já foi condenado à prisão perpétua em 1997 pela morte de três homens, entre eles dois policiais, em 1975 na França.