ASSINE
search button

Grécia acerta governo de coalizão sem Papandreou

Compartilhar

O acordo para a formação de um governo de coalizão na Grécia foi obtido neste domingo entre os dois principais partidos políticos do país, com a saída do atual primeiro-ministro, George Papandreou, informou a presidência da República.

O novo governo ficará encarregado da "aplicação do plano europeu" de ajuda à Grécia até "as próximas eleições", destaca o comunicado.

O líder da oposição conservadora, Antonis Samaras, e Papandreou se reunirão novamente nesta segunda-feira para designar um novo primeiro-ministro e o futuro gabinete.

O acordo foi fechado durante uma reunião entre Samaras, líder do partido Nova Democracia, e Papandreou, na casa do presidente grego, Karolos Papúlias.

"Durante o encontro, ficou acertada a formação de um novo governo com a missão de conduzir o país a eleições imediatamente após a aplicação das decisões tomadas em 26 de outubro", quando foi firmado o acordo de Bruxelas entre Grécia e os demais países da Zona Euro, destaca o comunicado.

Pouco antes da decisão, Samaras advertiu que é preciso agir rápido para "lançar uma mensagem de estabilidade, confiança e normalidade", tanto em direção aos sócios e credores, como para os gregos.

Depois de criticar durante dois anos as políticas de rigor ditadas pelos credores do país, Samaras se comprometeu pela primeira vez, na quarta-feira, a apoiar o plano de Bruxelas.

A Grécia deverá ser representada na reunião do Eurogrupo, nesta segunda-feira, pelo ministro das Finanças e vice-chefe do atual governo, Evangelos Venizelos, encarregado das negociações desde meados de junho.

Venizelos aparece entre os possíveis substitutos de Papandreou, ao lado do conselheiro do primeiro-ministro e vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) entre 2002 e 2010, Lucas Papademos.

Os gregos pretendem negociar na segunda-feira com os ministros das Finanças do Eurogrupo o pagamento de 80 bilhões de euros até o fim de fevereiro, previstos no acordo de resgate decidido no fim de outubro em Bruxelas.

Mas também devem ratificar este plano no Parlamento antes de 2012, e este acordo significa novos e dolorosos sacrifícios para a população.

Segundo três pesquisas, 80% dos gregos continuam apoiando o euro, apesar do aumento do descontentamento pelas medidas de austeridade.