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Rebeldes líbios confiantes que o fim do conflito está próximo

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Os rebeldes líbios acreditam estar "em uma fase decisiva" após inúmeros êxitos militares contra as tropas de Muamar Kadafi em diversas cidades na direção da capital e Washington afirma que os dias do dirigente líbio "estão contados".

"Entramos numa fase decisiva, logo libertaremos todo o sul da Líbia. Esperamos festejar a vitória final ao mesmo tempo que o fim do Ramadã" (que conclui no final de agosto), declarou nesta terça-feira Saif al-Nasr, representante do Conselho Nacional de Transição Líbia (CNT), na França.

"Nossas forças controlam totalmente Zawiyah, que abrirá as portas para Trípoli. Isso permitirá à população retornar", acrescentou.

Na segunda-feira, os rebeldes líbios afirmaram ter o controle da maior parte de Zawiyah, 40 km a oeste de Trípoli, bem como das cidades de Gharyane e Sorman, situadas a 50 km ao sul e 60 km a oeste da capital Líbia.

Após seis meses de conflitos, os rebeldes apertam o cerco contra Trípoli, símbolo do regime de Muamar Kadafi, no poder há 42 anos e que se mantém firme nele desde o dia 15 de fevereiro, quando uma revolta popular se transformou em conflito armado.

Os rebeldes avançaram nesses últimos dias sobre a cidade de Brega, que era desde abril um posto avançado dos pró-Kadafi no leste.

"A cada dia fica mais claro que os dias de Kadafi estão contados, que seu isolamento é cada vez maior a cada dia", declarou na noite de segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

A secretária de Estado americano, Hillary Clinton, já declarou por duas vezes que os dias do regime líbio estão contados, no dia 9 de junho durante uma reunião do Grupo de Contato sobre a Líbia, em Abu Dhabi, e no dia 13 de julho, ao receber o secretário de Estado russo, Serguei Lavrov, em Washington.

Neste momento em que o conflito completa seis meses, Mohammed el-Senoussi, o príncipe herdeiro da Líbia exilado no Reino Unido, publicou nesta terça-feira, em seu site, um texto assegurando que a queda do coronel Kadafi acontecerá em breve e fazendo homenagem aos combatentes rebeldes.

"Eles são patriotas. São heróis. São o verdadeiro povo líbio", escreveu o príncipe, sobrinho-neto do rei Idriss, derrubado em 1969 pelo coronel Kadafi, fazendo apelo para a luta continuar "por uma sociedade nova, que dê prioridade à liberdade e aos direitos do povo".

Em Trípoli, o porta-voz do regime, Mussa Ibrahim mostrou-se otimista, assegurando que o exército tem o controle total em diversas outras localidades da região tomadas por grupos armados.

A estrada entre Zawiyah e a fronteira tunisiana, essencial para a tomada de Trípoli, foi cortada pelo regime a fim de proteger as pessoas acrescentou o porta-voz.

Na Tunísia, uma fonte próxima da segurança disse que as negociações estavam acontecendo em Djerba entre representantes do regime e rebeldes líbios.

O enviado especial para a Líbia do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, o jordaniano Abdel Ilah Khatib, chegou na segunda-feira à Tunísia anunciando que ia se juntar às discussões. Mas, em Nova York, a ONU desmentiu qualquer a participação em eventuais discussões entre Trípoli e o CNT.

Em Benghazi, "capital" dos rebeldes no leste, o vice-presidente do CNT, Abdel Hafiz Ghoga, desmentiu haver discussões com o regime, "seja na Tunísia ou em outro lugar".

Pela primeira vez após o início do conflito, as forças pró-Kadafi lançaram no domingo um míssil Scud a partir de Syrte, feudo do coronel Kadafi, a meio caminho de Trípoli e Benghazi, afirmou na noite de segunda-feira um alto dirigente americano da Defesa.