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Fome na Somália leva Unicef a pedir ajuda internacional

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A fome ameaça cerca de 12 milhões de pessoas no Chifre da África, principalmente na Somália, Quênia, e Etiópia. A região enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos. Dezenas de milhares de pessoas já morreram. Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu ajuda internacional nesta terça-feira para levar alimentos às localidades atingidas. 

O Unicef quer que as companhias áreas transportem gratuitamente, ou por tarifas reduzidas, os alimentos terapêuticos que podem salvar a vida de crianças vítimas da crise da fome na Somália.

Um porta-voz da organização explicou que os custos para transportar 100 toneladas de alimentos de Paris para Nairóbi, por exemplo, chegam a US$ 350 mil.

Para compensar o atraso da assistência humanitária à Somália e aos países vizinhos afetados pela seca seria necessário levar 400 toneladas de alimentos por semana por avião, segundo o Unicef.

Algumas companhias aéreas já se ofereceram para transportar entre cinco e 15 toneladas de alimentos por semana por um período limitado.

Uganda também já começa a ser afetada pela seca que assola o Chifre da África, afirmou nesta terça-feira, em Genebra, um porta-voz da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

"Começamos a monitorar o que está acontecendo em Uganda, onde há áreas afetadas pela insegurança alimentar causada pela seca", afirmou o porta-voz da FAO.

Uganda pode ser o próximo país afetado por uma situação alarmante de desnutrição causada pela seca, acrescentou.

O papa Bento XVI também já se mostrou "profundamente preocupado" com a "catástrofe humanitária" causada pela seca que assola o Chifre da África, em particular a Somália. "Acompanho com profunda preocupação as informações provenientes do Chifre da África e, em particular, da Somália, afetada pela grave seca, seguida em algumas regiões de fortes chuvas que provocam uma catástrofe humanitária", disse Bento XVI na residência de veraneio dos papas de Castel Gandolfo, no arredores de Roma. 

"Várias pessoas fogem desta terrível fome em busca de alimentos e ajuda", prosseguiu diante da presença de centenas de fiéis reunidos na praça do palácio. "Desejo que seja reforçada a mobilização internacional em favor destes irmãos e irmãs duramente castigados e entre os quais há tantas crianças", acrescentou Bento XVI, que pediu "a todas as pessoas de boa vontade" seu "apoio e solidariedade" em favor destas populações. 

A Somália, atingida por uma grave seca, está em estado de "catástrofe humanitária", disse o diretor da ONG Ação contra a Fome (ACF) para esse país com cerca de 250.000 crianças com desnutrição severa no país.