ABIDJAN - As forças leais ao presidente da Costa do Marfim, reconhecido pela comunidade internacional, Alassane Ouattara atacaram o bunker onde estava refugiado Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder. Gbagbo estava negociando com a ONU os termos de sua saída da presidência, depois de ser cercado pelas tropas de Ouattara.
Dois dias de combates pesados na capital foram suspensos na noite de terça-feira e as negociações entre Gbagbo e as forças de oposição avançaram durante a noite. Mas, com a suspensão das negociações, uma fonte do governo da França informou que artilharia pesada pôde ser ouvida na residência de Gbagbo, enquanto as tropas que apoiam Ouattara se dirigiam à residência.
"Vamos tirar Laurent Gbagbo de seu buraco e o entregar ao presidente da República", disse Sidiki Konate, porta-voz do primeiro-ministro nomeado por Ouattara, Guillaume Soro.
Aliados de Gbagbo descreveram a movimentação como uma tentativa de assassinato, mas as autoridades representantes de Ouattara afirmaram que os soldados receberam ordens para não matar o líder marfinense.
Nesta quarta-feira, Gbagbo negou que renunciaria à Presidência e disse que aceitaria negociar com Alassane Ouattara, que teve sua vitória nas eleições de novembro reconhecida pela Comissão Eleitoral do país e pela ONU.
Um dia após o governo francês informar que o líder marfinense estaria negociando a sua rendição, Gbagbo disse por telefone à TV francesa LCI que aceita uma recontagem dos votos das eleições presidenciais de novembro.