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Tropas da coalização bombardeiam Trípoli pela terceira noite seguida

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TRÍPOLI - A capital da Líbia, Trípoli, foi alvo de novos ataques aéreos e com mísseis promovidos pela coalizão internacional que tenta impor uma zona de exclusão aérea no país. Segundo o governo líbio, os ataques deixaram vários civis mortos. As informações não puderam ser confirmadas de maneira independente.

A zona de exclusão aérea foi estabelecida na semana passada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de proteger civis de ataques pelas forças leais ao líder líbio, coronel Muamar Kadafi. Explosões e disparos de artilharia anti-mísseis foram ouvidos perto do complexo onde vive Kadafi em Trípoli, no bairro de Bab al-Aziziya.

Na noite anterior, um míssil havia destruído um edifício de quatro andares dentro do complexo que seria usado, segundo a coalizão internacional, como centro de comando pelas forças de Kadafi. Os confrontos entre as forças leais a Kadafi e os rebeldes opositores também continuaram pela madrugada, apesar do anúncio de um cessar-fogo pelo governo.

Além dos Estados Unidos, participam da coalizão França, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Canadá e Itália. Outros países, incluindo Espanha, Bélgica, Dinamarca e Catar já anunciaram que se juntarão à coalizão.

Brasil defende cessar-fogo na Líbia

Após o fim da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, o governo brasileiro formalizou nesta segunda-feira apelo por um "cessar-fogo efetivo" na Líbia. "Ao lamentar a perda de vidas decorrente do conflito no país, o governo brasileiro manifesta expectativa de que seja implementado um cessar-fogo efetivo no mais breve prazo possível, capaz de garantir a proteção da população civil, e criar condições para o encaminhamento da crise pelo diálogo", defendeu o governo brasileiro em nota do Ministério de Relações Exteriores.

No último sábado, quando o chefe da Casa Branca realizava visita oficial ao Brasil, mísseis da coalizão foram disparados em território líbio. No dia seguinte, com Obama no Rio de Janeiro, outro bombardeio destruiu um prédio em que o ditador Muamar Kadafi realiza reuniões. A coalizão negou que o objetivo fosse abater o governante da Líbia.

Na nota do governo brasileiro divulgada nesta segunda, o Ministério de Relações Exteriores também manifesta preocupação com o respeito aos direitos humanos no país norte-africano e diz que "reitera sua solidariedade com o povo líbio na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país".

O Brasil, que ocupou em fevereiro a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, se absteve de votar, na última semana, a favor do texto que autorizava a criação de uma zona de exclusão aérea para o eventual abate de aviões de Muamar Kadafi.

Ainda que o teor do documento não fizesse referência ao aval para o uso de forças de ocupação estrangeiras em território líbio, o Brasil justificou sua abstenção por temer que a resolução resulte em mais confrontos, e não em solução pacífica para a situação na Líbia.