BRASÍLIA – A Embaixada da Líbia no Brasil funciona normalmente, sem alterações de rotina nem orientações. Em Brasília há quase quatro anos, o embaixador líbio, Salem Ezubedi, manteve inalteradas suas atividades sinalizando fidelidade ao governo do presidente Muammar Khadafi, apesar da pressão internacional e das cobranças internas nos últimos dias.
O caso de Ezubedi é uma exceção, pois o embaixador líbio nos Estados Unidos, Ali Aujali, renunciou hoje ao cargo, enquanto a Embaixada da Líbia no Egito abaixou a bandeira nacional indicando a adesão às manifestações que ocorrem há uma semana no país.
Ontem, foram os embaixadores da Líbia na Liga Árabe (que reúne 22 nações), na Índia e na China que abriram mão dos cargos por divergência à conduta do governo Khadafi no tratamento aos manifestantes no país. Para a comunidade internacional, há suspeitas de crimes contra a humanidade e violação de direitos humanos.
Apesar de as autoridades líbias negarem, há informações de que as cidades de Trípoli, a capital da Líbia, e Benghazi, uma das principais do país, têm sido bombardeadas por aviões militares. Organizações não governamentais estimam que o número de mortos pode chegar a 400.
As Nações Unidas apelaram hoje para que a comunidade internacional receba, sem restrições, os refugiados oriundos da Líbia. Não há dados de quantos tentam deixar o país. Mas há informações de que os aeroportos de Trípoli e Benghazi estão em dificuldades. O de Trípoli está fechado e o de Benghazi está impedido de operar porque as pistas estão danificadas.