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Crise na Líbia já afeta preço do petróleo

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As manifestações e a iminente guerra civil na Líbia já estão tendo consequências na área econômica, com repercussões no Brasil e na Europa. Os preços do petróleo estão sendo empurrados para cotação recorde nesta segunda-feira.

O temor dos investidores é de que a violência afete o fornecimento da commodity em um dos principais países na exploração do petróleo na África.

Na Bolsa de Nova York, o barril com entrega prevista para março subia 3,10% para US$ 88,88. Em Londres, o Brent subia 1,31% para US$ 103,90. Na máxima do dia, registrou US$ 104,60, maior alta em dois anos e meio, quando teve início a última grande crise econômica internacional.

A bolsa nacional acompanha o movimento registrado na Europa. Por volta de 13h, o Ibovespa caía 1,24% para 67.223 pontos.

A Líbia está entre os maiores fornecedores de petróleo para a Europa, onde é responsável por 10% do abastecimento.

Nas Bolsas europeias, o DAX caía 0,7% a 7.377 pontos, o CAC-40 de Paris recuava 0,7% a 4.130 e o FTSE 100, das empresas britânicas mais capitalizadas caía 0,2% a 6.068 pontos. A bolsa americana está fechada por conta de feriado do Dia dos Presidentes.

 

Governo aguarda autorização para retirar brasileiros da Líbia

A Embaixada do Brasil na Líbia aguarda autorização do governo do presidente líbio, Muammar Kadhafi, para o pouso de um avião fretado que vai retirar cerca de 170 brasileiros que estão em Benghazi - uma das principais cidades do país e onde há protestos intensos nas ruas. O Ministério das Relações Exteriores em Brasília espera respostas da representação diplomática sobre as negociações.

Os confrontos, que já duram uma semana na Líbia, levaram ao agravamento da crise no país. Há dificuldades de comunicação com a Embaixada do Brasil. A maioria dos telefones fixos na Líbia está impedida de fazer ligações para o exterior.

Ontem (20) o embaixador do Brasil na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, fez o pedido às autoridades do país, mas não obteve resposta. O avião foi fretado pela construtora Queiroz Galvão, responsável por alguns dos brasileiros que estão na região. Há também funcionários das empresas Odebrecht e Petrobras.

Na Líbia, de acordo com o Itamaraty, há cerca de 500 a 600 brasileiros. A ideia é retirar essas pessoas, que estão em Benghazi, e levá-las para a capital da Líbia, Tripoli. Porém, é necessário ainda obter visto de saída para os brasileiros. Só depois dessa autorização, eles poderão deixar a região.

Em seis dias de protestos na Líbia, o número de mortos pode chegar a 233, segundo a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch. Na última noite, houve tiroteios intensos em diversos bairros de Trípoli, após o discurso de Seif Al-Islam, filho de Muammar Kadhafi.

 

Com Agência Brasil