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Onda de contestação popular no Oriente Médio faz 17 mortes em 48 horas

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Uma onda de manifestações sem precedentes contra vários regimes autoritários estabelecidos há décadas, no Oriente Médio, prosseguia nesta quinta-feira, sendo reprimida à força. Foram, pelo menos, 17 mortos em Líbia, Bahrein, Iêmen e Iraque, em 48 horas.

A revolta popular na Tunísia e no Egito, onde os presidentes Zine El Abidine Ben Ali e Hosni Mubarak foram tirados do poder, encorajou os movimentos de protestos em outros países árabes, tendo em comum a ausência de democracia, somada à corrupção, nepotismo e a problemas econômicos e sociais.

Ante os protestos, a comunidade internacional, com os Estados Unidos na liderança, assim como as organizações de defesa dos direitos do Homem pediram aos dirigentes que não recorram à violência contra os manifestantes, ouvindo suas queixas.

Na Líbia, apelos foram feitos através do Facebook à realização de um "Dia da Ira" contra o regime do coronel Muammar Kadhafi, no poder há 42 anos. Seis pessoas foram mortas em Benghazi, a segunda cidade do país, segundo sites da oposição no exterior.

"Confrontos violentos" entre forças da ordem e manifestantes neste feudo da oposição, situado a 1.000 km a leste de Trípoli, fizeram também 35 feridos, segundo os sites Al Youm e Al-Manara.

O movimento de contestação na Líbia começou na terça-feira em Benghazi, onde 38 pessoas ficaram feridas. A cidade de Al-Baïda, a 1.200 km a leste de Trípoli, foi invadida pelos protestos, durante os quais duas pessoas morreram na quarta-feira, segundo o jornal líbio Quryna.

Manifestações violentas aconteceram em Zenten (145 km a sudoeste de Trípoli) onde várias pessoas foram detidas e prédios públicos e da polícia foram incendiados, relatou o Quryna em seu site, mas não houve vítimas.

Ante as manifestações hostis, centenas de partidários do coronel Kadhafi foram à Praça Verde, no centro de Trípoli, poupada até então pelas concentrações contra o governo.