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Pelo menos 75 jornalistas são vítimas de censura ou violência no Egito

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CAIRO – A organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras concluiu levantamento parcial de que 75 jornalistas foram impedidos de trabalhar no Egito desde o último dia 2 – quando se intensificaram os protesto no país. Vários profissionais relataram casos de violência, roubos e humilhações, além de censura. A ONG informou que o levantamento “está longe” de ser finalizado. Segundo a organização, a lista precisa ser atualizada diariamente.

“Quase todos os jornalistas que estão no Cairo parecem ter sido vítima de um incidente. Alguns solicitaram o anonimato por medo de represálias”, diz o levantamento da organização, referindo-se a profissionais de imprensa de várias nacionalidades, inclusive brasileiros.

Pelo levantamento, apenas o jornalista egípcio Mahmoud Ahmed Mohammed de Al-Ahram foi morto vítima de uma bala, enquanto fotografava na Praça Tahrir, epicentro das manifestações de protesto pela permanência do presidente do Egito, Hosni Mubarak.

Segundo a pesquisa da organização, 72 profissionais ficaram detidos sob poder das autoridades policiais por pelo menos duas horas. Há sete casos em que a ONG não tem informações sobre a conclusão.

Pelo menos 25 profissionais tiveram seu material de trabalho apreendido pelos policiais egípcios, enquanto três denunciaram agressões – físicas ou psicológicas. De acordo com o levantamento, os alvos são jornalistas do Egito, da França, da Polônia e do Catar.

No caso do Brasil, os repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, ficaram 18 horas presos, tiveram os olhos vendados, além de passaportes e equipamentos apreendidos. Em seguida, foram obrigados a deixar o Egito. Gilvan e Corban chegaram neste sábado a Brasília.

Também relatou ter vivido momentos de apreensão o jornalista Luiz Antonio Araújo, do jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul. Ele disse que foi agredido e roubado enquanto fazia a cobertura jornalística das manifestações. Outros jornalistas brasileiros, que estão no Cairo, viram-se obrigados a trocar de hotel, depois de terem os quartos invadidos para vistoria por autoridades de segurança.