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Dissidente cubano é preso pela segunda vez em menos de 48 horas

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HAVANA - O dissidente político de Cuba Guillermo Farinas foi preso novamente na quinta-feira pelas autoridades policiais cubanas. Foi a segunda detenção em menos de 48 horas.  Fariñas e um grupo de dissidentes foram detidos em uma praça pública da cidade de Santa Clara. O governo cubano acusa Farinas, antigo militar que se afastou do regime em 1989, de comportamento “antissocial”.  As informações são da mãe do dissidente, Alicia Hernandez, de 75 anos.

Fariñas se tornou conhecido mundialmente, depois de fazer 23 greves de fome em protesto ao regime político de Cuba. No ano passado, ele foi homenageado pelo Parlamento Europeu com o Prêmio Sakharov 2010 – que defende a liberdade de pensamento. Na última quarta-feira, o dissidente foi mantido preso mais de seis horas por participar de uma manifestação.

“As pessoas detidas são mais de dez. É muito provável que as libertem esta noite”, afirmou Elizardo Sanchez, presidente da Comissão Cubana dos Direitos do Homem e Reconciliação Nacional (CCDHRN), que é ilegal.

Em seu relatório anual, publicado ontem, o CCDHRN prevê para 2011 “uma degradação” da situação dos direitos do homem em Cuba, já considerada “muito desfavorável” em 2010, apesar da libertação de cinco dezenas de prisioneiros políticos.

A comissão indicou que apesar do número de prisioneiros por motivos políticos ter caído para 105 no fim do ano, contra 201 em janeiro de 2010, “o governo cubano continua a liderar os países da América relativamente ao número de prisioneiros de consciência, com um total de 19”.

Em 2010, Fariñas fez longa greve de fome para pedir a libertação dos prisioneiros políticos, após a morte do também dissidente político Orlando Zapata Tamayo – morto em 23 de fevereiro de 2010 depois de 85 dias de jejum.