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Israel condena decisão brasileira de reconhecer estado palestino com fronteiras de 67

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Israel divulgou sua insatisfação com a decisão do governo brasileiro em reconhecer o estado palestino pelas fronteiras de 1967. Segundo o estado israelita a decisão brasileira irá repercutir de forma negativa no processo de paz no Oriente Médio. O país ainda lamentou a tomada de decisão do presidente Lula, um mês antes de repassar o cargo à próxima presidente, Dilma Rousseff.

Segundo a nota do Ministério de Assuntos Exteriores Israelenses, o reconhecimento do estado palestino representa uma violação dos acordos bilaterais, assinados em 1995, e do Mapa de Caminho, o plano de paz, apresentado em 2003, por EUA, Rússia, União Europeia e Naçções Unidas.

"Toda tentativa de buscar atalhos para esse processo e determinar de antemão e de forma unilateral os temas importantes e polêmicos apenas danificará a confiança entre as partes e seu compromisso em concluir as negociações de paz", diz um trecho da nota israelense.

Brasil reconhece estado palestino com fronteiras de 67

Nesta sexta-feira, o Itamaraty divulgou em carta que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o Estado Palestino "nas fronteiras de 1967". O anúncio responde pedido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que mandou uma carta a Lula em 24 de novembro, solicitando o reconhecimento brasileiro de um Estado que inclua os territórios palestinos ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).

"O reconhecimento do Estado palestino é parte da convicção brasileira de que um processo negociador que resulte em dois Estados convivendo pacificamente e em segurança é o melhor caminho para a paz no Oriente Médio. (...) O Brasil estará sempre pronto a ajudar no que for necessário", diz a carta.

De acordo com o comunicado do Itamaraty, "a iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina" e reitera apoio à solução de dois Estados para dois povos."

No texto, Lula destaca que considera a solicitação "justa", ressaltando que "o entendimento do governo brasileiro é de que somente o diálogo e a convivência pacífica com os vizinhos farão avançar verdadeiramente a causa palestina".

O Itamaraty reforçou que o anúncio não prejudicará as relações com Israel, "que nunca foram tão robustas".