O ex-presidente Néstor Kirchner, que faleceu nesta quarta-feira, guiou a Argentina na recuperação econômica após a grave crise financeira de 2001, afirmou o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.
Kirchner, que morreu hoje de infarto, aos 60 anos, "guiou a Argentina para um período de firme recuperação econômica após a crise financeira de 2001", considerada a pior do país, destacou Strauss-Kahn em sua mensagem de pêsames.
"Foi uma grande surpresa e um grande pesar" a morte do ex-presidente.
Sob a presidência de Nestor Kirchner (2003-2007), a Argentina honrou uma dívida de 9,5 bilhões de dólares com o FMI e se recusou a acatar as orientações do Fundo.
Strauss-Kahn expressou "em nome do FMI" suas condolências a Cristina Kirchner, sua família e ao povo argentino.
Argentina chora a morte de Kirchner como chorou a de Evita
Portal Terra
Assim como na ocasião da morte de Evita, mulher do presidente Juan Domingo Perón, a Argentina está emocionada com a morte de outro líder político muito carismático e popular.
Nem bem havia sido confirmada a morte repentina de Nestor Kirchner, o povo saiu às ruas espontaneamente e um ar de grande pesar tomou o país.
Trajetória
Nascido em 25 de fevereiro de 1950 em Rio Gallegos, na província de Santa Cruz, Patagônia, Néstor Carlos Kirchner teve uma vida dedicada à política. Participou desde cedo de movimentos, fazendo oposição ao governo militar como parte da Juventude Peronista. Chegou à Presidência da Argentina em 2003, fazendo sua mulher como sucessora em 2007.
Considerado um homem público com um caráter implacável frente a seus adversários, Kirhcner foi um dos políticos mais influentes do país e um potencial candidato para as eleições de outubro do ano que vem.
O corpo do ex-presidente argentino e líder del peronismo, Néstor Kirchner (2003-2007), será exposto à visitação nesta quinta-feira na Casa Rosada, sede do governo, anunciou nesta quarta-feira o ministro do Trabalho, Carlos Tomada.
"Começará amanhã (quinta) ao meio-dia, na Casa de Governo", afirmou Tomada em breve entrevista à imprensa, ao referir-se ao velório e às homenagens fúnebres.
Kirchner, de 60 anos, foi vítima de uma parada cardiorrespiratória nesta quarta-feira em sua residência de El Calafate, no sul do país.
Morte de Néstor Kirchner comove a Argentina e invade o Twitter
O vice-presidente da Argentina, Julio Cobos, a Organização de Estados Americanos (OEA) e a entidade humanitária Avós da Praça de Maio, entre outros, manifestaram pesar pela morte repentina nesta quarta-feira do ex-presidente Néstor Kirchner (2003/2007),
"Acompanhamos em sua dor a presidente Cristina Kirchner e seus filhos", afirmou Cobos, em declarações no Congresso.
Cobos colocou à disposição da família o parlamento para os funerais do líder do peronismo, mas ainda não foi decidido oficialmente quando ocorrerá.
Na Casa Rosada, a sede da presidência em Buenos Aires, a bandeira ficou a meio pau. Várias flores e uma mensagem de consolo ("Força, sra. presidente") foram colocadas junto às grades.
A OEA, através do presidente do Conselho Permanente da organização, o salvadorenho Joaquín Maza, lamentou a notícia e enviou condolências ao povo argentino e à família Kirchner.
"Foi-se alguém indispensável. Nosso país precisava tanto deste homem que deu a vida por seu país", afirmou, por sua vez, Estela Carlotto, titular das Avós da Praça de maio, instituição que conseguiu avanços na recuperação de netos sequestrados durante a ditadura (1976-1983) com apoio do Governo.
"Não sei o que será de Cristina, que agora fica no comando de um país tão sozinha...", acrescentou.
Na oposição, o prefeito de direita de Buenos Aires, o presidenciável Mauricio Macri, assegurou que "hoje é um dia de luto para todos os argentinos".
"Minha solidariedade, meus pêsames. Valorizemos agora a paz na nação. A sua idade, com sua juventude, é algo triste porque participava tão intensamente e vigorosamente na política", afirmou, por sua vez, o ex-presidente conservador Fernando de la Rúa (1999-2001).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial no Brasil e referiu-se à "triste notícia" da morte de Kirchner, que ele recebeu através de seu embaixador na Argentina durante um evento público.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, também se referiu à "grande perda para a Argentina e uma grande perda para o continente".
Inúmeros dirigentes políticos e centenas de cidadãos expressaram condolências através do Facebook e Twitter.
A morte repentina de Kirchner fez o Twitter ficar lotado de mensagens.
"Lamento o falecimento de Néstor Kirchner. Minhas condolências a toda sua família, começando pela sra. presidente Cristina Fernández", escreveu Francisco de Narváez, o deputado que venceu Néstor Kirchner nas legislativas de junho de 2009 na estratégica província de Buenos Aires.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi um dos primeiros a lamentar a morte de Kirchner e enviar suas condolências à viúva através da internet.
"Ah, minha querida Cristina... Quanta dor!", escreveu Chávez em sua conta @chavezcandanga.
"Que grande perda sofre a Argentina e nossa América! Viva Kirchner para sempre!", acrescentou o mandatário venezuelano, um aliado dos Kirchner.
O nome "Néstor Kirchner" está liderando o "trending topic" do Twitter, a lista dos dez temas mais abordado na rede em nível mundial.
Além disso, os argentinos convocaram um ato popular para o início da noite na simbólica Plaza de Mayo de Buenos Aires para se despedir do falecido ex-presidente.
"Retuítem, todos convocados a Plaza de Mayo às 20 h. Hoje mais que nunca devemos estar junto a CFK (como é conhecida a viúva de Kirchner, a presidente Cristina Fernández Kirchner)", é o texto que está se multiplicando através do Twitter.
"Depois que passar o recenseador, nos encontramos na Plaza de Mayo para acompanhar Cristina", escreve @EnriqueAurelli, um usuário do Twitter, fazendo referência ao censo nacional que está sendo realizado no país nesta quarta-feira.
No Facebook, o grupo "Néstor Kirchner, presidente 2011", com mais de 14.600 seguidores, recebe constantes mensagens de apoio a Cristina Fernández.
Na comunidade "Cristina Fernández de Kirchner", com quase 42.000 seguidores, também se multiplicavam as condolências dos fãs à viúva, na rede social.