O presidente do Chile, Sebastian Piñera, acompanha os últimos preparativos antes da descida do socorrista Manuel González na cápsula Fênix II, que será utilizada para resgatar os 33 mineiros presos desde 5 de agosto na mina San José. "Chegou a hora da verdade", disse o presidente momentos antes da entrada de González na cápsula.
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O socorrista Manuel González tem mais de 20 anos de experiência em minas e trabalha desde 1990 na empresa de mineração Codelco. Ele é casado e tem dois filhos. Ele chegou à capsula sob aplausos.
Desmoronamento
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.
A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. A cápsula Fênix, usada para içar os mineiros, tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles terão suas condições de saúde monitoradas, usarão tubos de oxigênio e se comunicarão com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.
Primeira descida de teste danifica porta da cápsula Fênix II
A cápsula de resgate dos mineiros presos sob a terra no norte do Chile sofreu uma deformação na porta durante o primeiro teste e foi "ajustada" com golpes de martelo, o que retardou o início da operação, constatou a AFP.
Após realizar uma primeira descida pelo duto, a cápsula vazia emergiu com alguns amassos e foi possível ver operários batendo em sua porta com martelo.
Jorge Sougarret, um especialista entrevistado pela TV chilena, assinalou que houve um problema nas rodas ajustáveis da cápsula, na transição entre a parte do duto revestida com canos (até 56 metros) e o trecho maior, em terra viva, o que fez a cápsula bater contra a parede.
Início de resgate de mineiros chilenos é adiado por duas horas
Agência AFP
O início do resgate dos 33 mineiros presos há 69 dias em uma mina do norte do Chile foi adiado por algumas horas, para a realização de testes com a cápsula de resgate, informou o ministro da Mineração, Laurence Golborne.
Socorristas manuseam a cápsula fênix que irá trazer os mineiros para a superfície
"O processo de resgate não será iniciado de imediato. Estamos ainda a cerca de duas horas do início deste processo", revelou Golborne às 19H50 local (Brasília), sobre um prazo que já expirou.
"É preciso realizar conexões telefônicas" na cápsula e "fazer alguns testes" antes de baixarmos o primeiro socorrista até o ponto onde estão os mineiros.
"Ainda temos um par de horas antes de começar (o resgate)", assinalou o ministro.
"É necessário realizar conexões telefônicas" na cápsula e "fazer alguns testes" antes de baixarmos o primeiro socorrista até o ponto onde estão os mineiros.
René Aguilar, coordenador das operações de resgate, disse que haverá um "teste de içamento" da cápsula de resgate antes do início da operação final.
"Vamos começar o teste com a cápsula vazia", com uma viagem completa do dispositivo para verificar se há pontos de dificuldade, como "a mudança de situação na rocha viva ou a mudança do diâmetro de 28 polegadas (70 cm) a 26 polegadas (66)" no duto de resgate.
Em seguida, "vamos içar a cápsula e entrará o primeiro socorrista, e faremos uma descida lenta, que servirá para que o técnico informe o estado do duto. Após este teste, haverá um terceiro e último, que faremos com outro socorrista e será uma 'prova de velocidade'", revelou Aguilar.
Neste último teste se aumentará a velocidade "de 1 metro por segundo para 1,8 metro por segundo entre os 270 e 170 metros de profundidade".
Posteriormente, após o relatório do socorrista, "iniciaremos a descida final para tirar o primeiro mineiro", disse Aguilar.
O resgate total dos 33 mineiros da mina San José exigirá entre 24 e 48 horas.
Blackout de sete minutos marcará resgate do primeiro mineiro
Débora Zampier , Agência Brasil
Uma carta divulgada pela equipe responsável pelo resgate dos 33 mineiros que estão presos na Mina San José, no Deserto de Atacama, no Norte do Chile, avisou que assim que o primeiro homem for trazido à superfície, as luzes do Acampamento Esperanza serão apagadas por sete minutos. Logo após uma luz forte será acesa marcando a sua chegada.
O primeiro a deixar a mina será Florencio Avalos, de 31 anos, o capataz da mina e segundo em hierarquia depois do chefe de turno. Ele foi escolhido por ser um dos mais ágeis e com melhores condições psicológicas, características que devem ser observadas nos resgates seguintes. Em seguida, serão retirados os mais idosos e doentes, e por fim, os mais fortes.
Chegou a ser anunciado que o resgate começaria por volta das 18 horas, mas uma previsão anterior - que agendava o início do resgate por volta das 20 horas - deve ser mantida. Uma das explicações é porque o horário tem menos luz, uma das principais preocupações dos especialistas, uma vez que os mineiros estão há 69 dias sem contato com a luz do sol.
A expectativa é que a cápsula Fênix demore cerca de 55 minutos para descer e subir os 630 metros de profundidade, mas o tempo pode variar devido a imprevistos. A cápsula tem 3,95 metros de comprimento e 53 centímetros de diâmetro interno, e é munida de tubos de oxigênio e de sistema de áudio e vídeo para contato com o mineiro em resgate.
Assim que cada mineiro sair, será levado para um hospital de campanha montado no acampamento. Quando formar um grupo de quatro, eles serão levados para o Hospital de Copiapó. O trajeto de 50 quilômetros até a cidade pode ser feito de helicóptero ou de ambulância, dependendo das condições de neblina no local.