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Honduras: Brasil não reconhece eleições, mas veta ofensiva pró-Zelaya

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Portal Terra

TEGUCIGALPA - O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, descartou nesta quinta-feira qualquer possibilidade de o governo brasileiro realizar, às vésperas das eleições presidenciais de Honduras, uma espécie de ofensiva em prol do presidente deposto, Manuel Zelaya, mas disse que, independentemente de qual será o vitorioso no pleito de domingo, o Brasil não irá reconhecer como legítimo o novo mandatário da nação caribenha.

- O Brasil não tem nenhum plano de fazer novas gestões e propostas. Não se prevê nenhuma realização de outros movimentos no momento. Não se trata de um tema bilateral entre Brasil e Honduras, e sim de uma questão entre um governo de facto e a comunidade internacional - explicou o porta-voz.

- O Brasil não reconhecerá o pleito realizado sem o retorno do presidente Zelaya. Essa posição não tem razão nenhuma para mudar, não mudou e não tem razão nenhuma para isso (ser alterada). O Brasil não reconhecerá o governo que eventualmente sair das eleições, se é que elas serão realizadas - disse.

Apesar de o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, ter classificado como uma "postura equivocada" a decisão dos Estados Unidos de apoiar as eleições presidenciais em Honduras e de ter afirmado haver um "sabor de decepção" do Brasil em relação do governo de Barack Obama, Baumbach observou que as relações entre o governo brasileiro e a Casa Branca não ficaram estremecidas por conta das defesas divergentes.

- Não existe nenhuma razão para que as relações sejam prejudicadas. É normal que existam diferenças de posições - minimizou o porta-voz, que disse ainda não ser um problema o abrigo do governante deposto na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

- O problema não é a permanência do presidente Zelaya na embaixada do Brás. O problema é a ausência do presidente Zelaya no palácio de governo. A questão não se coloca desse ponto de vista (de prazo para deixar embaixada). Não se está pensando nisso (prazo de saída) nesse momento - explicou.

Por ora, o Brasil não pretende enviar a Honduras um observador para as eleições presidenciais de domingo.