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Unasul apóia Morales e rejeita divisão territorial da Bolívia

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Agência AFP

SANTIAGO - A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) divulgou um comunicado na noite desta segunda-feira apoiando o governo do presidente Evo Morales e rejeitando qualquer tentativa de divisão territorial da Bolívia, ao final de uma longa reunião de emergência, em Santiago.

A Declaração do Palácio de La Moneda - aprovada por unanimidade pelos nove presidentes que assistiram à reunião - prevê a criação de uma comissão aberta a todos os países da Unasul, coordenada pela presidência chilena, para acompanhar o processso de negociação atualmente em curso em La Paz.

Os presidentes manifestaram 'seu mais pleno e decidido apoio ao governo constitucional do presidente Evo Morales, cujo mandato foi ratificado por ampla maioria'.

O documento destaca que os respectivos governos rejeitam energicamente e não reconhecerão qualquer situação que tente um golpe civil, a ruptura da ordem institucional ou comprometa a unidade territorial da República da Bolívia.

Os presidentes da região também condenaram a morte de 18 camponeses no departamento de Pando, e acolheram o pedido do governo boliviano para o envio de uma missão da Unasul encarregada de investigar o ataque.

A Unasul rejeitou ainda os ataques às repartições federais e à força pública por parte de grupos que buscam a desestabilização da democracia, e exigiu a pronta devolução das instalações ocupadas.

Os presidentes da região pediram a todos os membros da sociedade boliviana que preservem a unidade nacional e a integridade territorial do país, fundamentos básicos de todo Estado, e fizeram um apelo ao diálogo para estabelecer condições que permitam superar a atual crise e chegar a uma solução sustentável baseada no respeito ao Estado de direito e na institucionalidade.

O documento foi firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Tabaré Vázquez (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai), Alvaro Uribe (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Hugo Chávez (Venezuela) e Bachelet, que exerce a presidência rotativa da Unasul.

Evo Morales agradeceu o apoio unânime dado pela Unasul, 'especialmente por sua posição firme de defender a democracia e a unidade do povo da Bolívia'.

- Esperamos que os grupos opositores possam entender este manifesto da América do Sul (...) para que saibam que o governo e os movimentos sociais trabalham apenas pela igualdade dos bolivianos e bolivianas visando transformações profundas no social e cultural na democracia.

Morales destacou que 'pela primeira vez na história latino-americana, os países da América do Sul decidem entre si resolver seus próprios problemas'.