ASSINE
search button

Hamas diz que não haverá acordo com Israel sem sua autorização

Compartilhar

Agência EFE

ISRAEL - Um assessor de Ismail Haniyeh, ex-primeiro-ministro palestino, alertou nesta quinta-feira em declarações ao jornal israelense "Ha''aretz" que sem a aprovação do movimento islamita Hamas nunca será possível chegar a um acordo político de paz entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Ahmed Youssef comentou que as negociações dos Estados Unidos com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, dependem de futuras negociações entre o Hamas e o movimento nacionalista Fatah.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, viajou esta manhã rumo à cidade de Ramala, na Cisjordânia, para se reunir com o primeiro-ministro da ANP, Salam Fayed, e com Abbas, que é o líder do Fatah.

A milícia do Hamas, em junho, tomou o controle da Faixa de Gaza.

Haniyeh e o movimento islâmico estão isolados e praticamente à margem da iniciativa do presidente americano, George W.Bush, de realizar uma conferência de paz.

A conferência, com a participação de Israel, e de Estados árabes, pode avançar na constituição de um Estado palestino independente.

Mas o Hamas rejeita a reunião.

- As conversas de Abbas com os EUA continuarão sendo apenas oportunidades para fotografias se o Hamas não participar - disse Youssef.

Após os combates de junho, quando os guerrilheiros islâmicos derrotaram as forças do Fatah e das forças de segurança da ANP em Gaza, Abbas destituiu Haniyeh e nomeou um novo Governo, encabeçado por Salam Fayyad.

Youssef afirmou que o Hamas quer um diálogo com os EUA.

- Não temos problema em debater questões com os EUA e a União Européia. Há funcionários europeus dispostos a mediar, mas os americanos fecham as portas - comentou.

Na opinião do assessor de Haniyeh, "os americanos devem explorar o canal palestino alternativo, que é o Hamas", e não depositar todos os seus esforços diplomáticos no presidente Abbas e no Fatah.

Todo acordo que Abbas venha a assinar com Israel terá que ser submetido a uma consulta pública entre os palestinos, o que "não será possível sem a autorização do Hamas", afirmou Youssef.