Agência EFE
AMÃ - Os resultados das eleições cipais realizadas esta semana na Jordânia, nas quais foram eleitos 965 prefeitos e vereadores, indicam uma vitória arrasadora dos candidatos governistas, segundo a apuração divulgada pelo Executivo.
O pleito, realizado na terça-feira, prolongou-se até quarta-feira em seis dos 27 distritos eleitorais de Amã devido à baixa participação registrada no primeiro dia na capital, mas, mesmo assim, apenas 51% dos eleitores compareceram.
Em todo o país a participação foi de 62%, anunciou o ministro de Assuntos Municipais, Nader Thuhairat.
As eleições foram marcadas pela retirada, em pleno processo eleitoral, do principal partido da oposição, a Frente de Ação Islâmica, braço político dos Irmãos Muçulmanos na Jordânia.
Diante dos resultados, a legenda pediu hoje ao rei Abdullah II que anule as eleições por considerar que houve fraude.
- Os que estão por trás da fraude nas eleições deveriam assumir a responsabilidade por seus atos - disse Zaki Bani Ershaid, secretário-geral da Frente de Ação Islâmica em comunicado.
- Se a fraude sistemática da vontade do eleitorado continuar, isso só pode levar à destruição da sociedade e ao fim das instituições do Estado - acrescentou.
Bani Ershaid pediu a formação de um novo Governo que 'mude o tratamento ao povo da Jordânia e adote um novo posicionamento administrativo que permita à população escolher um novo Parlamento que a represente'.
O líder do partido anunciou ainda a possibilidade de boicote das eleições parlamentares previstas para meados de novembro.
Na terça-feira, o grupo islâmico retirou seus candidatos dos pleitos municipais cinco horas antes da abertura dos colégios com o argumento de que as autoridades estavam realizando 'práticas fraudulentas'.
Apesar do boicote, a Frente de Ação Islâmica obteve quatro Prefeituras em várias localidades do país.
Nasser Judeh, porta-voz do Governo jordaniano, disse que corresponde à frente a decisão de manter ou retirar seus candidatos eleitos, e que as eleições foram 'livres e limpas'.
O porta-voz acusou o partido de 'manipular' o ato eleitoral com fins partidários e com o objetivo de ganhar popularidade após comprovar 'que as chances de vitória de seus candidatos são poucas'.
Hoje foi anunciado que 215 mulheres conseguiram um cargo em algumas das Prefeituras do país.
Dessas, 20 conseguiram derrotar seus oponentes nas urnas, enquanto as outras 195 são cargos reservados para mulheres pela lei eleitoral municipal que tem o objetivo de fazer os Governos locais mais paritários.
Mesmo assim, apenas seis mulheres se apresentavam como favoritas para ocupar uma Prefeitura.
A única que conseguiu foi Rana Hajaya, na circunscrição de Hasa, no sul do país. Ao todo, 2.706 candidatos participaram do pleito, dos quais 355 eram mulheres.