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Belgrado veta criação de confederação entre Sérvia e Kosovo

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Agência EFE

BELGRADO - O ministro sérvio para o Kosovo, Slobodan Samardzic, qualificou nesta quinta-feira de inaceitável a sugestão oficial da União Européia (UE) de criar uma confederação entre Kosovo e Sérvia.

- É certo que estamos refletindo intensamente sobre isto - afirmou Samardzic ao jornal 'Vecernje Novosti'.

Samardzic confirmou as informações divulgadas por alguns veículos de comunicação sérvios de que a UE propôs a criação de uma confederação para resolver o futuro do Kosovo, apesar de tais afirmações terem sido desmentidas por fontes oficiais do bloco europeu.

- A Sérvia oferece com clareza ao Kosovo uma máxima autonomia, sob a supervisão e com garantias da ONU, e as negociações devem ser discorrer sobre a forma, o grau e as competências desta autonomia territorial - disse o ministro.

O representante sérvio ressaltou que a confederação seria uma base para que o Kosovo obtivesse um tipo de 'independência adiada', o que a Sérvia rejeita taxativamente.

Os albaneses, que constituem 90% da população da província sérvia, reivindicam a independência como única solução.

União Européia, Estados Unidos e Rússia devem organizar agora uma nova fase de negociações entre sérvios e albano-kosovares sobre o futuro estatuto do Kosovo.

O processo teve início após o fracasso de uma tentativa do Conselho de Segurança da ONU de encontrar uma solução para a província sérvia devido à oposição da Rússia à solução proposta pelos países ocidentais, pois abria caminho para a independência do Kosovo.

Ainda falta determinar a data e as modalidades das novas negociações, que, segundo UE e EUA, deveriam durar quatro meses, mas que, para a Rússia, não deveriam ter restrições de tempo.

A imprensa de Belgrado trouxe nesta quinta-feira declarações à imprensa britânica do ministro de Exteriores, Vuk Jeremic, nas quais afirma que a Sérvia renunciaria a algumas prerrogativas de sua soberania em uma tentativa de obter um acordo sobre o futuro do Kosovo caso os albaneses se mostrassem dispostos a um compromisso.

- O Kosovo, por exemplo, poderia ter acesso próprio ao Banco Mundial (BM), ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a outras organizações financeiras internacionais, e a alguma forma de representações no exterior. Mas os albaneses deveriam estar dispostos a fazer concessões - disse Jeremic.