Agência EFE
BAGDÁ - As duas principais alianças políticas árabes sunitas do Parlamento do Iraque anunciaram neste domingo que boicotarão as sessões da Câmara se o presidente da Casa, Mahmoud al-Mashhadani, não voltar ao cargo.
Mashhadani foi destituído há duas semanas.
- A decisão foi adotada no sábado à noite em reunião conjunta dos dirigentes da Frente do Consenso do Iraque (FCI) e da Frente do Diálogo Nacional (FDN) - informou Selim Abdulah al-Jabouri, porta-voz do primeiro grupo.
O boicote ocorre duas semanas após o Parlamento destituir seu presidente como punição por seus guarda-costas terem agredido Feryad Hussein, deputado da Aliança Unida Iraquiana (AUI), a principal força xiita do país.
- Esta postura não significa uma ameaça de retirada do Parlamento, mas pretende que este assunto seja resolvido o mais rápido possível - ressaltou Jabouri.
O líder da Frente do Diálogo Nacional, Saleh al-Mutlek, advertiu que o grupo não aceitará 'que as decisões (das destituições) sejam tomadas de maneira arbitrária, nem as políticas de imposições'.
Segundo ele, o modo como Mashhadani, pertencente à Frente do Consenso do Iraque, foi destituído carece de legitimidade. 'Por isso, nós nos absteremos de participar das sessões da Câmara em solidariedade com a FCI', acrescentou.
A substituição de Mashhadani, médico e opositor ao antigo regime do ex-presidente Saddam Hussein, foi decidida em uma votação, após um pacto entre a maioria parlamentar da AUI e a minoria sunita da FCI.
Dirigentes desta coalizão sunita explicaram que os deputados votaram a favor da substituição do presidente da Câmara dentro de "uma postura política que teve como objetivo aplacar as conseqüências do incidente'.