ASSINE
search button

Repórter refém aparece em vídeo com explosivos, diz Haniyeh

Compartilhar

REUTERS

GAZA - O líder do Hamas Ismail Haniyeh disse no domingo que os sequestradores de Alan Johnston, correspondente da BBC na Faixa de Gaza, fizeram um novo vídeo no qual ele aparece com explosivos em torno da cintura.

Haniyeh, primeiro ministro no governo de coalizão liderado pelo Hamas e dissolvido pelo presidente Mahmoud Abbas, da facção Fatah, revelou a existência do vídeo de Johnston durante seu primeiro discurso importante desde que o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, há pouco mais de uma semana.

- No passado eles o mostravam de uniforme laranja. Hoje o mostraram com um cinturão explosivo - afirmou Haniyeh.

Uma fonte palestina próxima às negociações confirmou a existência da nova gravação, mas a fita não foi divulgada publicamente.

Johnston, 45 anos, desapareceu na Faixa de Gaza em 12 de março. Ele supostamente é refém do Exército do Islã, um grupo quase desconhecido que parece se inspirar na Al Qaeda, mas também parece ligado às violentas rivalidades entre os clãs da região.

O único vídeo até então conhecido, de 1o de junho, mostrava Johnston vestindo um suéter vermelho largo. Ele afirmava estar com boa saúde e sendo bem-tratado.

Autoridades do Hamas na Faixa de Gaza dizem estar pressionando os sequestradores a libertarem Johnston.

- Não vamos permitir a continuação do sequestro do jornalista britânico. A questão de Alan Johnston deve acaba -, disse Haniyeh no domingo.

Haniyeh afirmou que seu governo não usou a força para libertar o repórter a pedido do governo britânico, temendo que ele fosse morto ou ferido na operação.

O Exército do Islã exigiu que Londres liberte prisioneiros muçulmanos, especialmente o clérigo Abu Qatada. Um homem que se identificou como porta-voz do grupo recentemente disse à TV Al Jazeera que o Exército do Islã poderia matar Johnston.

O escocês é o único correspondente ocidental em tempo integral na Faixa de Gaza, onde um ano de sanções econômicas e de combates entre militantes piorou as condições de vida.