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Família de soldado israelense capturado pede renúncia de Olmert

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Agência EFE

JERUSALÉM - Centenas de israelenses que participaram de um protesto lembrando o aniversário de um ano do seqüestro do soldado Gilad Shalit por milicianos palestinos exigiram neste domingo a renúncia do primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, pela incapacidade de obter a libertação do militar.

- Se Olmert não sabe o que fazer, tem de entregar seu cargo a alguém que possa obter resultados imediatos - disse Noam Shalit, pai do soldado, em um ato em frente ao Parlamento israelense.

Shalit acrescentou que 'se um país inteiro, com todos os seus dirigentes e sofisticados sistemas, não pode libertar um soldado e conseguir informação sobre seu estado de saúde, acho que deveríamos estar todos preocupados'.

O protesto coincide com o aniversário de um ano da captura de Gilad pelas Brigadas de Ezzedin al-Qassam - braço armado do Hamas -, os Comitês da Resistência Popular e o Exército do Islã.

As três organizações assumiram a incursão em território israelense em 25 de junho de 2006, quando capturaram o soldado com o objetivo de trocá-lo por presos palestinos.

O Ministério de Prisioneiros da Autoridade Nacional Palestina (ANP) contabiliza dez mil palestinos em prisões israelenses: 2,5 mil já foram declarados culpados em tribunais de Israel, e o restante se enquadra na categoria 'presos administrativos', ou seja, sem julgamento.

Os seqüestradores exigem que Israel liberte mais de mil palestinos em troca de Shalit e alegam que a captura de israelenses é tão legítima quanto as detenções praticadas pelo Exército.

Olmert afirmou em várias ocasiões que está disposto a trocar o soldado, mas se recusa a libertar mil prisioneiros e reivindica que Gilad seja libertado primeiro.

No protesto deste domingo, o pai de Shalit pediu às autoridades do país que façam o que for necessário para conseguir o retorno de seu filho, incluindo a libertação de 'centenas' de presos.

Na reunião semanal do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro israelense afirmou que 'não houve um só dia no qual não se tenha tentado tudo para trazer Shalit de volta para casa'.

A questão dos presos palestinos e do soldado está incluída na agenda de trabalho da cúpula em Sharm el-Sheikh que será realizada na segunda-feira.

No entanto, Israel enfrenta um grande obstáculo, já que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, não tem capacidade de libertar o soldado, mantido na Faixa de Gaza, agora controlada pelo grupo islâmico Hamas.