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Para o Irã, saída de Blair pode ter 'impacto positivo'

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REUTERS

TEERÃ - A saída do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pode ter um 'impacto positivo' se resultar em mudanças na política exterior do país, disse o ministro do Exterior do Irã. Sob comando de Blair, a Grã-Bretanha vem sendo um aliado próximo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no Iraque e também nos esforços para isolar o Irã devido ao seu programa nuclear. O Ocidente suspeita que Teerã quer desenvolver bombas atômicas, mas os iranianos negam.

As relações bilaterais entre Teerã e Londres atingiram um novo ponto baixo em março, quando forças iranianas capturaram 15 marinheiros britânicos no Golfo. Eles foram libertados ilesos quase duas semanas depois.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, disse que o anúncio de Blair na quinta-feira, de que deixará o cargo no próximo mês, depois de uma década como primeiro-ministro, será uma 'quebra para o Partido Trabalhista e para a difícil situação' que está enfrentando.

- Se houver uma correção, em certa medida...em sua política externa...então definitivamente poderá ter um impacto positivo como possível fator na política externa em alguns campos, como o Irã, disse Mottaki na televisão estatal no final da quinta-feira.

- Vamos ver...como serão as políticas em relação ao Irã, afirmou, em referência a um governo britânico liderado pelo ministro das finanças, Gordon Brown, provável sucessor de Blair.

A popularidade de Blair caiu desde que ele mandou forças britânicas para a invasão do Iraque em 2003, liderada pelos EUA. Em setembro, uma rebelião no Partido Trabalhista forçou o primeiro-ministro a dizer que renunciaria dentro de um ano, abrindo caminho para Brown assumir.

O Irã nega as acusações dos EUA de que está fomentando a instabilidade no Iraque, seu vizinho, e pediu a retirada das tropas estrangeiras do país, afirmando que a presença incentiva a violência.