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Olmert quer responder ao depoimento de Livni à Comissão Winograd

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Agência EFE

JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, quer voltar a depor à Comissão Winograd, que investiga os erros do conflito no Líbano, ou ter a oportunidade de responder por escrito às, segundo ele, falsas declarações feitas à mesma pela ministra de Exteriores, Tzipi Livni.

Fontes do escritório do primeiro-ministro informaram a imprensa israelense, sob condição de anonimato, sobre esta disposição de Olmert após a publicação, na quinta-feira, de parte dos depoimentos prestados à comissão.

Segundo a edição desta sexta-feira do jornal 'The Jerusalem Post', Olmert acusa Livni de ter prestado 'falso testemunho' ao afirmar que ela tentou promover uma solução diplomática para o conflito poucos dias após o início deste contra a milícia do grupo libanês xiita Hisbolá, no ano passado.

O jornal 'Ha'aretz' afirma que Olmert não está de acordo com a versão apresentada por Livni e lamenta que a comissão não o tenha interrogado a esse respeito, motivo pelo qual analisa uma maneira de expressar sua inconformidade, seja por escrito, ou por um novo comparecimento.

O escritório do primeiro-ministro não confirmou e preferiu não comentar as informações.

A rádio das Forças Armadas israelenses afirmou nesta sexta-feira que Livni conversou com o chefe da Divisão de Investigação dos Serviços de Inteligência do Exército, Yossi Baidatz, a partir do segundo dia da guerra, sem informar Olmert.

Fontes próximas à ministra disseram que Livni realizou as reuniões secretamente porque Olmert não a incluiu nas consultas do conselho de segurança nacional.

Pouco após começar a se encontrar com Baidatz, Livni se dedicou a desenvolver um plano para uma saída diplomática ao conflito, segundo as fontes.

Livni foi bem avaliada pelo relatório da Comissão Winograd, que, por outro lado, culpou pessoalmente Olmert, seu ministro da Defesa, Amir Peretz, e o então chefe das Forças Armadas, Dan Halutz, que posteriormente renunciou, pelos erros cometidos durante o conflito e por tê-lo iniciado de forma precipitada.

As relações entre Olmert e Livni se tornaram muito tensas em virtude do relatório, pois a chefe da diplomacia israelense pediu ao primeiro-ministro que renunciasse em uma conversa com ele, sobre a qual contou posteriormente em entrevista coletiva.

Livni, no entanto, não renunciou em sinal de protesto, como era esperado, e Olmert também não a destituiu.

Desde a publicação do relatório, os pedidos para a renúncia de Olmert e Peretz se multiplicaram na oposição, na opinião pública, e até mesmo nos partidos dos dois.

Agora Olmert, líder do partido centrista Kadima (o mesmo de Livni), e Peretz, chefe do Trabalhismo, que sempre tiveram uma relação tumultuada, se uniram contra a adversidade.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro chegou inclusive a dizer que Israel deveria estar orgulhoso de seu ministro da Defesa.

Livni, a quem se atribuem intenções de substituir Olmert na liderança do partido, perdeu popularidade por ter pedido a renúncia do primeiro-ministro sem se demitir de seu cargo.