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Em testemunho, Olmert critica ação de seu Exército no Líbano

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REUTERS

JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, responsabilizou os militares por falhas na guerra do Líbano, no ano passado, em um testemunho a uma comissão divulgado nesta quinta-feira. As críticas do grupo à conduta do premiê no conflito levaram Olmert a uma luta pela sobrevivência política.

- Acho que o Exército decepcionou em grande escala, disse o primeiro-ministro à Comissão Winograd, que investiga o conflito contra os guerrilheiros do Hezbollah, no Líbano.

- Algo no comando e no conceito de controle não cumpriu as expectativas e, sem dúvida, levou a uma lacuna entre o que poderíamos ser capazes de conseguir e o que conseguimos de fato, disse Olmert. Um relatório interino divulgado na semana passada pela comissão apontada pelo governo apontou que Olmert foi culpado por 'falha séria no exercício do julgamento, responsabilidade e prudência' ao decidir ir à guerra depois que o Hezbollah sequestrou dois soldados israelenses.

Olmert afirmou que está na melhor posição para consertar os erros enumerados pela comissão. Ele vem combatendo os pedidos públicos, incluindo de sua própria ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, para renunciar.

O premiê disse ao painel que o general Dan Halutz, que se afastou por causa das falhas dos militares na guerra de 34 dias, informou-o que as Forças Armadas estavam fortes e 'prontas para cumprir qualquer missão'.

- Eu não poderia saber que não era o caso, testemunhou Olmert.

Durante o conflito de julho e agosto, os militares de Israel não conseguiram destruir o Hezbollah nem impedir o grupo apoiado pelo Irã e pela Síria de disparar cerca de 4.000 foguetes contra o norte do território israelense, o que forçou um milhão de pessoas a procurarem abrigos antibomba.

Cerca de 1.200 pessoas, incluindo por volta de 900 civis, foram mortos no Líbano, onde aviões de Israel bombardearam bairros do sul de Beirute e outras bases do Hezbollah. No lado de Israel, morreram 117 soldados e 41 civis.

As 89 páginas de transcrição do testemunho de Olmert dão aos israelenses a primeira oportunidade de considerar as duras críticas do painel à decisão do primeiro-ministro de ir à guerra.

Olmert afirma que Israel terminou o conflito com vantagem, depois de um cessar-fogo da Organização das Nações Unidas (ONU)que fortaleceu a missão internacional de manutenção da paz no sul do Líbano, onde o Hezbollah tem bases. O grupo disse que venceu a guerra.

Não ficou claro de imediato se a defesa que o primeiro-ministro fez de suas ações ajudará a melhorar sua fraca posição nas pesquisas de opinião, em que aparece com cerca de 3 por cento de popularidade.