Agência EFE
CABUL - O Governo afegão reconheceu hoje que soltou alguns presos talibãs em troca da libertação do jornalista italiano Daniele Mastrogiacomo, que foi seqüestrado há duas semanas pelo grupo fundamentalista e libertado nesta segunda-feira na região de Helmand (sul).
"Os talibãs tinham algumas exigências que foram aceitas até certo ponto', disse o porta-voz presidencial afegão, Karim Rahimi, que respondeu com um 'sim' à pergunta sobre se a libertação de presos talibãs estava entre as demandas cumpridas.
Em uma fita gravada divulgada na segunda-feira, o comandante talibã mulá Dadullah tinha anunciado que a libertação do jornalista foi feita em troca da soltura de cinco prisioneiros talibãs, entre eles seu irmão Mansur Ahmad, um antigo porta-voz do Talibã e dois comandantes.
"Foi uma medida excepcional tomada porque avaliamos nossas relações e amizade com a Itália. Não se repetirá', disse hoje Rahimi, que, no entanto, se negou a confirmar o número de talibãs libertados.
Segundo o porta-voz, além dos prisioneiros entregues, os talibãs pediram a libertação de outro de seus dirigentes, cuja soltura foi negada. 'O Governo aprecia realmente sua decisão', comentou.
A respeito do destino dos acompanhantes de Mastrogiacomo, um motorista e um intérprete afegãos, Rahimi disse que o primeiro foi decapitado, e que o destino do segundo é desconhecido.
Mastrogiacomo, um jornalista de 52 anos que trabalha para o jornal italiano 'La Repubblica', foi libertado nesta segunda-feira e conduzido ao hospital que a ONG italiana Emergency tem em Helmand. Ele disse estar bem fisicamente.